Em entrevista à Tv Alba, a psiquiatra Livia Castelo Branco falou sobre as consequências psicológicas do abuso sexual infantil.
A violência sexual infantil é um problema que independe de nível social ou sexo. É definida como qualquer ato sexual (ou tentativa) realizado por meio de força ou coerção.
Em média seis crianças ou adolescentes sofrem violência sexual na Bahia, todos os dias. A dor causada por esse tipo de agressão pode gerar consequências psicológicas que se estendem por toda a vida desse indivíduo. De acordo com a psiquiatra Livia Castelo Branco, essas complicações podem ser muito sérias.
“As alterações de comportamento podem começar ainda na infância. A criança se isola mais, tem queda no rendimento escolar, dificuldade de brincar com os colegas ou fica mais agressivo, evita entrar em contato com o abusador… tudo isso são sinais de que pode estar acontecendo algum problema com essa criança”, destaca.
Veja a entrevista completa:
Sinais de possível abuso infantil
É importante estar atento ao comportamento da criança ou do adolescente, diariamente. Portanto, notar se existe alguma mudança significativa que compromete seu desempenho social, familiar e escolar.
É comum que apareçam sinais de alterações comportamentais, fisiológicas, emocionais e cognitivas. Ademais, os sintomas podem não aparecer em conjunto, além de apresentar intensidades diferentes.
Implicações na vida adulta
Muitos relatos de abuso sexual infantil surgem através de adultos que foram silenciados, que não tiveram a chance de expressar seu sofrimento quando ainda eram crianças. As consequências ultrapassam a infância, influenciando comportamentos por toda a vida adulta, causando implicações físicas e psíquicas.
“Vemos diversos adultos que têm diversos transtornos mentais, como transtorno de personalidade, esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar, dependência química… também por influência desses abusos que sofreram na infância”, finaliza a especialista.