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Acompanhante Terapêutico e o cotidiano

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Realizar as atividades do dia a dia pode representar, para o paciente de transtornos mentais, um grande desafio. Essa realidade é de difícil compreensão para a família e para a sociedade em geral, colocando ainda mais barreiras em um processo que, por si só, já é complexo. Neste quadro, o acompanhante terapêutico (AT) é um importante elemento para que o paciente possa encontrar o suporte necessário para se ressocializar.

Com o tema “Encontro no cotidiano, uma prática em movimento”, Isabel Castelo Branco, acompanhante terapêutica, discorreu sobre o trabalho do acompanhante terapêutico no tratamento dos transtornos mentais.

“O acompanhante terapêutico tem a função de servir como modelo de identificação para o paciente, ser continente com as angústias e ansiedades dele, ser o interlocutor dos desejos e fantasias do acompanhado, além de minimizar as chances de sofrimento mental e físico, reforçar a capacidade criativa, facilitar o processo de ressocialização, e ser um catalizador das relações familiares, sempre neste papel de acompanhar o cotidiano”, explicou.

Assista ao vídeo com a palestra completa

 

Retomando a vida

Isabel levou ao público um que exemplifica o trabalho do AT na prática. Usando um nome fictício, a especialista contou a história de Miguel, um paciente que começou a apresentar transtornos mentais aos 15 anos, passando por diversas internações por dependência química.

“O primeiro tratamento foi apenas medicamentoso. Depois disso, houve mais cinco internações, mas o uso de substância psicoativa foi mantido. O paciente entra em coma e, ao se recuperar, tenta suicídio e, então, é internado novamente. Nesse momento, quando ele vai sair da internação, começamos a fazer o processo de aproximação e a formação da aliança terapêutica, através da proposta de alcançar um objetivo – morar sozinho, por exemplo”, contextualizou Isabel Castelo Branco.

Foi feito um intenso trabalho com saídas terapêuticas, visitas e reuniões com a família, propostas de atividades funcionais e, concluindo o objetivo principal, o aluguel de um apartamento.

“Ainda internado, ele começou a fazer um curso fora da clínica, além das saídas acompanhadas e atividade física. Hoje, ele mora sozinho, frequenta a academia, tem namorada, cursa faculdade e está há quatro anos sem internação. Tem suporte do AT duas vezes por semana, além do acompanhamento médico e da terapia. Esse paciente não tem mais sofrimento patológico, ele consegue ser funcional. Identifica a dor e pede socorro”, finalizou.

SAIBA MAIS SOBRE O ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO

Jornada de Saúde Mental

Com o tema “Abordagens Terapêuticas no tratamento dos Transtornos Mentais”, a Jornada de Saúde Mental, promovida pela Holiste, ocorreu em outubro, em Salvador, e abordou questões relacionadas ao trabalho multidisciplinar no tratamento em Saúde Mental.

O evento contou com a intensa participação de profissionais e estudantes da área que, durante dois dias, debateram sobre psicologia, psicanalise, psicopedagogia, terapia ocupacional, nutrição e acompanhante terapêutico no tratamento dos transtornos mentais.