Em entrevista ao Jornal da Manhã da TV Bahia, a psiquiatra Fabiana Nery explica como a pandemia afetou a saúde mental das pessoas, levando ao aumento no consumo de antidepressivos.
Estar em isolamento social alterou o psicológico de muitas pessoas. O período registra o aumento de uma série de sintomas ansiosos e depressivos. De acordo com a Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias, a venda de antidepressivos aumentou 180% apenas na Bahia.
A psiquiatra Fabiana Nery explicou que a pandemia e o isolamento social fizeram com que muitos desses sintomas surgissem em pessoas sem manifestações anteriores:
“O que a gente observa são muitos pacientes novos que não tinham sintomas antes, mas desenvolveram por conta da situação, e pacientes que já tiveram sintomas no passado, mas não mantiveram o tratamento; esses estão sofrendo mais com essa pandemia”, destaca a profissional.
Assista à matéria:
Identificando os sintomas depressivos
Os sintomas depressivos provocam alterações no comportamento, no sono, na alimentação, além de causar prejuízos funcionais e sociais. A psiquiatra aponta que a família é fundamental para ajudar a identificar esses sinais, que muitas vezes o próprio indivíduo não percebe.
“Muitas vezes a pessoa que está sofrendo com os sintomas depressivos não percebe que é sintoma. Quem está próximo às vezes consegue ter uma percepção melhor da situação. E nesse aspecto o papel da família é fundamental, de identificar o que está acontecendo e ajudar a pessoa a buscar tratamento”, afirma Fabiana.
Como os antidepressivos atuam
Há pacientes que resistem em tomar a medicação por causa dos preconceitos presentes na sociedade e por não saberem, de fato, como ela funciona.
Os antidepressivos geralmente demoram de 2 a 4 semanas para fazer efeito. É preciso paciência e persistência para continuar o tratamento, lembrando que é fundamental o acompanhamento profissional especializado para complementar sua eficácia, tanto do psiquiatra quanto do psicólogo.