Dr. Luiz Guimarães, psiquiatra da Holiste, falou em entrevista ao programa Metrópole Turismo, sobre a fobia de viajar de avião e os diversos medos que circundam este transtorno.
Aviofobia
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope), de cada dez brasileiros, pelos menos quatro, sofre com medo de embarcar em aeronaves, ou seja, o temor em voar atinge 40% da população. O medo de voar, chamado de aviofobia, é uma fobia que está dentro do espectro dos Transtornos de Ansiedade.
A doença é caracterizada por medo intenso, irracional e persistente de viajar em aviões. A fobia se manifesta no momento em que o avião decola, como se fosse um gatilho. A partir daí surge ansiedade intensa, dificuldade de respirar e até ataque de pânico.
Para Guimarães, é preciso identificar e entender melhor o medo de cada indivíduo para que possa ser realizado um diagnóstico correto. “Não existem medos iguais, cada pessoa é única e singular nos seus medos. O medo por trás de viajar de avião pode estar relacionado a outros medos como por exemplo medo de altura, de lugar fechado ou de contato social. O medo precisa ser destrinchado”.
O psiquiatra ainda ressalta alguns questionamentos que devem ser feitos para identificar o medo de avião. “O indivíduo deve se perguntar: Começo a arranjar desculpas para não viajar de avião? Me sinto desconfortável ao chegar perto ou enfrentar algo relacionado a voar? Me sinto angustiado ou tenho sintomas físicos, como tremor, sudorese, palpitação? ”
Questionado sobre a necessidade de procurar um atendimento especializado, Dr. Guimarães enfatiza “é preciso procurar um especialista quando a situação passar a ser muito desconfortável e o medo estiver afetando a vida funcional do indivíduo, ou seja, quando a pessoa perde uma oportunidade de trabalho, ou deixa de aceitar uma promoção na carreira pelo medo de viajar de avião”.
Cada medo pode ser manifestado de uma maneira e com uma intensidade diferente, por isso a busca de um profissional é importante na orientação do melhor tratamento para os diferentes tipos de medo relacionados.
O psiquiatra ainda alerta para o perigo no abuso do álcool e na automedicação na tentativa de amenizar os sintomas da fobia. “O ideal é buscar tratamento e ajuda profissional, que normalmente são através de psicoterapias e uso de medicações adequadas para cada caso. O abuso do álcool nestas situações pode agravar o quadro e ter um efeito reverso”.