Bullying e a violência escolar estão presentes no dia a dia de todas as crianças e adolescentes, merecendo a atenção de educadores, pais e de toda a sociedade.
Atualmente, o termo “bullying” vem ocupando bastante espaço dentro desta pauta, envolvendo quase 30% dos estudantes brasileiros, sendo caracterizado por agressões, verbais ou físicas, aplicadas repetidamente contra uma pessoa ou grupo. Estudos apontam que o bullying pode estar associado a doenças mentais. Especialistas acreditam que o problema deve ser identificado ainda na infância para diminuir o impacto na vida adulta, pois tanto quem pratica quanto quem sofre o bullying pode estar acometido por uma patologia.
Em entrevista à Rádio Sociedade, o psiquiatra e diretor clínico da Holiste, Dr. Luiz Fernando Pedroso comentou sobre o assunto: “a doença mental na infância é trágica. Ela impede o desenvolvimento da criança, impede a progressão na escola e a adaptação social. Ao longo dos anos, se não diagnosticada e tratada, a criança fica prejudicada, sendo difícil de recuperar mais adiante”.
Bulliyng na infância
O psiquiatra ainda falou sobre o perfil das crianças que sofrem com o bullying. “Existem aquelas pessoas que são candidatas a bulliyng, que são sempre escolhidas pelo grupo, estão sempre sendo “vítimas” do bullying. Muitas vezes, nem sempre, há alguma coisa de errado não com o grupo que está fazendo o bulliyng, mas com aquela pessoa que está sendo sempre escolhida para vítima. Não raro, isso acontece com crianças deprimidas. Um dos maiores sintomas da doença mental na infância é a dificuldade escolar e a dificuldade de socialização, daí é importante ficar atento a estes comportamentos para identificar a causa”.
Como tratar o problema
O diagnóstico e o encaminhamento terapêutico devem ser realizados pelo médico psiquiatra. Segundo o psiquiatra Luiz Fernando, “você precisa avaliar a causa deste comportamento para saber a melhor forma de abordar. Existem transtornos na infância que a causa, por exemplo, são desavenças familiares ou então problemas na escola. Muitas vezes a criança pode ter uma depressão, uma hiperatividade, ou até mesmo, um transtorno de impulso. Enfim, saber se ela precisará de remédio, de um psicólogo, terapeuta ou um psicopedagogo só será possível após um diagnóstico e este, deverá ser realizado pelo psiquiatra infantil”, diz.
Lei de Combate ao Bulliyng
Recentemente, entrou em vigor a lei federal que trata o bullying como intimidação sistêmica e determina que toda escola, clube ou agremiação recreativa tem que prevenir e se preparar para resolver os problemas de agressões morais e físicas. Para Dr. Luiz Fernando, a criação desta lei desprestigia o papel do professor: “O professor é a autoridade na escola, ele quem deve manter a disciplina”, conclui.
Confira a entrevista completa da Rádio Sociedade: