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COMO AS TECNOLOGIAS INFLUENCIAM A SAÚDE MENTAL DOS JOVENS

By diogo andrade

October 03, 2025

A psicóloga Isabela Campos, em entrevista à Rádio CBN Salvador, discutiu como o uso das tecnologias desperta a preocupação de pais e educadores em relação à saúde mental de jovens e adolescentes

Cada vez mais cedo, crianças e adolescentes entram no universo das redes sociais. A psicóloga Isabela Campos, em entrevista à Rádio CBN Salvador, refletiu sobre os efeitos dessa exposição precoce às telas e à busca incessante por aprovação digital, especialmente na forma dos likes. A psicóloga destacou como a tecnologia influencia a cognição, a socialização e o desenvolvimento emocional dos jovens, além de refletir sobre o papel dos pais na mediação desse processo.

Quando a comparação começa cedo demais

Isabela enfatiza que a geração atual já cresce sem conhecer um mundo sem internet. Isso cria uma realidade em que a comparação, a necessidade de imitar e a busca por aceitação se tornam parte do desenvolvimento desde a infância. “O cérebro da criança não está preparado para o excesso de estímulos luminosos e rápidos das telas”, alerta a psicóloga. Esse excesso pode gerar ansiedade, dificuldade de concentração e até vício em tecnologia.

“Tudo que é demais traz consequências negativas, principalmente no período de desenvolvimento do cérebro, que só se completa aos 25 anos.” – Isabela Campos

Riscos para a cognição e socialização

O impacto do uso excessivo de telas não se limita à ansiedade. Há efeitos diretos na cognição, como prejuízos na memória de trabalho e na capacidade de concentração — fundamentais na fase escolar. Na socialização, a diferença entre a velocidade do mundo virtual e o tempo real das interações humanas gera dificuldades de adaptação, tornando as relações presenciais menos atrativas para crianças acostumadas ao digital.

O papel dos pais: mediação e diálogo

Para Isabela, os pais exercem papel central nesse cenário. Já que muitos pais, pela praticidade, recorrem a tablets e celulares para entreter os filhos, mas isso pode ter reflexos a longo prazo. A especialista defende uma postura de mediação: incentivar atividades físicas, promover momentos offline, supervisionar o conteúdo acessado e, principalmente, manter o diálogo aberto. “Não se trata de invadir a privacidade, mas de acompanhar, ensinar e orientar”, afirma.

Likes, frustração e saúde emocional

Outro ponto destacado foi o impacto da busca por likes. Quando crianças passam a medir seu valor pela quantidade de curtidas, podem enfrentar frustração, agressividade e até sintomas de depressão. Nesses casos, a intervenção precoce, com escuta ativa e até psicoterapia infantil, pode ajudar a ressignificar a relação com as redes sociais e promover um desenvolvimento mais saudável.

Conclusão

O mundo digital faz parte da vida das novas gerações e não pode ser ignorado. O desafio, como lembra Isabela Campos, está em encontrar o equilíbrio entre o real e o virtual, garantindo que crianças e adolescentes cresçam com saúde emocional, capacidade de concentração e relações humanas sólidas

Você pode conferir a entrevista completa de Isabela Campo a CBN Salvador, através do link: https://www.youtube.com/live/w1KPB2cKIic?si=Kb8oUcVL_Ml-zsID&t=7691