O sentimento de culpa pode ser angustiante. Quando em excesso, pode atormentar e levar o individuo ao afastamento social. Em entrevista ao programa Band Mulher, Livia Castelo Branco, psiquiatra da Holiste, abordou a importância de reconhecer os problemas que a culpa pode causar.
Podemos entender a culpa como um sofrimento ocorrido após a reavaliação de um comportamento tido como reprovável por nós mesmos. A culpa, portanto, surge de um ideal de correção que criamos, e que pode tomar uma proporção enorme, gerando sofrimento intenso e isolamento social.
“As pessoas não sabem como se colocar em várias situações. A culpa gera tanto sofrimento que quando a pessoa vê já está se afastando e deixando de assumir compromissos no trabalho, com medo de se sentir culpado, de não dar conta, ou evitando relacionamentos por receio de decepcionar alguém”, destaca Livia.
Veja a entrevista completa.
Excesso prejudicial
Não saber como agir em determinadas situações pode parecer algo simples para algumas pessoas; para outras, esse pensamento pode trazer desconforto, insegurança e culpa. Fatores sociais, como a ditadura da beleza (que enaltece corpos magros), podem acender a faísca para esse sentimento de culpa.
Livia ressalta que, em geral, o prazer e a culpa vêm em sequência. É fundamental perceber se essa culpa não é um excesso, alfo desproporcional ao comportamento que a originou. “A gente toma uma decisão impulsiva e, logo depois, sente aquela culpa. Isso pode ser no comer, no comprar, nas relações afetivas e sexuais, além das questões relacionadas à raiva. É preciso ter cuidado para não ser algo desproporcional”, afirma a psiquiatra.
Aprender a lidar
Assumir culpas que não são nossas ou se culpar excessivamente são comportamentos que precisam ser avaliados, pois podem gerar sofrimento e desencadear o adoecimento psíquico.
Para Livia, é quase impossível se livrar da culpa; entretanto, é possível ter atitudes que evitam esse sentimento, como pensar muito bem antes de tomar determinada decisão/ atitude.
“A gente sempre vai sentir algum tipo de culpa, porque faz parte da vida e nos faz crescer em muitos momentos dela. (…) – a questão é saber o limite disso. Fundamental é aprender a lidar com ela e perceber até onde é prejudicial na vida do indivíduo”, finaliza.