A compulsão pode gerar hábitos que proporcionam uma gratificação emocional ou alivio momentâneo da ansiedade. Contudo, o comportamento compulsivo pode trazer uma série de transtornos para o dia-a-dia do indivíduo.
Estamos, definitivamente, conectados. Dados recentes apontam o Brasil como o sexto país com mais smartphones no mundo, com 38,8 milhões de aparelhos, e o uso excessivo destas novas tecnologias pode causar dependência, prejudicando a vida pessoal, ou até profissional, do indivíduo. Para comentar o fato, André Dória, psicólogo da Holiste, participou do programa Bom dia Bahia.
QUANDO O USO TORNA-SE UMA COMPULSÃO
A compulsão por tecnologia pode ser observada quando o indivíduo começa a se afastar das atividades sociais para permanecer mais tempo conectado. Este afastamento da família e amigos, diminui a sociabilidade e provoca o isolamento da pessoa. Em alguns casos, a “fuga” para a internet é um meio do indivíduo escapar de um ambiente familiar, laboral ou social hostis, causando uma sensação momentânea de alivio.
O vício é um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem. “Eu diria que é uma dependência sem substância. O sujeito se torna escravo do objeto de dependência.” Explica André Dória.
CONSEQUÊNCIAS NA SAÚDE
É preciso ter controle e saber fazer o bom uso da tecnologia, principalmente em um mundo em ascensão tecnológica, pois já se observa prejuízos a saúde dos usuários compulsivos, como perda da qualidade do sono, problemas cardiovasculares, doenças endócrinas (como diabetes e obesidade), além de problemas emocionais, mentais e envelhecimento precoce. “O prejuízo é de ordem funcional, de ordem laboral e de ordem pessoal. Na vida amorosa, familiar e social de uma forma geral. ” Aponta o psicólogo.
RECOMENDAÇÕES
O vício em tecnologia, independente do grau de dependência, implica na dificuldade em reconhecer o problema. Por isso, é importante que amigos e familiares ajudem o dependente a perceber a situação em que se encontra e procurar ajuda especializada, um psiquiatra ou psicólogo, para identificar e tratar a origem do transtorno. As compulsões, salvo exceções, são um sintoma de que algo não vai bem na saúde mental do indivíduo, e não a raiz do problema.
Assista a entrevista completa: