No final do ano, a corrida pelos presentes de Natal pode contribuir para que o ato de comprar se transforme em compulsão.
Com a proximidade do Natal, cada vez se fala nas famosas compras de fim de ano. Desde os pequenos presentes dos já consagrados “amigos secretos” até aqueles destinados à família e amigos, passando pelas compras para as ceias e pela tradição de ter uma roupa nova para a virada, o estímulo ao consumo se eleva aos maiores níveis do ano. Se o comércio e a economia se beneficiam das datas, para muitas pessoas as compras são apenas a tradução de um hábito cultural e de expressão de carinho. O estímulo excessivo ao consumo, porém, pode contribuir para o desencadeamento de compulsões que prejudicam muito quem sofre deste problema.
O psicólogo da Clínica Holiste, André Dória, destaca que para compradores compulsivos, todos os produtos transformam-se em itens indispensáveis, principalmente nos momentos de angústia ou tristeza.
O especialista afirma que a compra compulsiva pode ser sintoma de um transtorno de impulso e faz o paciente ter dificuldade em ter controle. “ A compra compulsiva pode gerar transtornos quando começa a representar um prejuízo financeiro ou emocional. Acontece uma espécie de inversão de papéis: a pessoa perde a autonomia em escolher e se torna refém do ato de comprar compulsivamente. Ou seja, deixa de ser agente de suas decisões diante do fascínio exercido pelos objetos que quer adquirir. Um vez adquirido, o objeto perde o brilho, a angústia retorna e o ciclo angústia-compra-frustração se repete indefinidamente.”
Por isso, é preciso dar atenção a alguns sinais. Segundo Dória, a diferença entre quem gosta de comprar, mas de forma saudável, e de quem é consumista compulsivo é sutil, por isso o diagnóstico é feito a partir do caso a caso.
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