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Mapa Genético da Depressão e a Medicina Personalizada

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O “Mapa Genético da Depressão” foi o resultado do estudo realizado por um consorcio internacional que reuniu mais de 200 cientistas.

Foram identificados 44 variantes genéticas que podem ter associação estatisticamente significativa com a depressão.  O trabalho tem o potencial de ser um “divisor de águas” na área, abrindo as portas para o desenvolvimento de novos tratamentos.   A psiquiatra Fabiana Nery falou sobre o tema, fazendo a relação com a Medicina Personalizada e a Farmacogenética.  Leia o artigo completo.

 


Recentemente, o Psychiatric Genomics Consortium – consórcio que envolve mais de 200 cientistas do mundo todo, com a missão mapear genes associados a doenças psiquiátricas – publicou um estudo que identificou 44 genes relacionados à depressão, que hoje afeta, em média, 14% da população.

O resultado é importante porque a ciência já sabia que a hereditariedade tem um peso importante na prevalência da doença.  Mas, com a identificação exata desses genes, os cientistas poderão desenvolver um tratamento que atue especificamente neles.

O fator genético influencia a incidência da depressão, mas não a determina. Significa dizer o seguinte: se uma pessoa tem genes associados à doença, ela tem maior risco de desenvolvê-la, mas isso não quer dizer que, inevitavelmente, esse indivíduo será depressivo. A depressão deve ser entendida como uma doença multifatorial, com influência da genética e de outros “gatilhos”, como traumas psicológicos severos –  sofrer um luto ou uma violência, por exemplo.

As tecnologias de sequenciamento do genoma humano evoluíram de tal forma que já se vislumbra um cenário de sequenciamentos individualizados e acessíveis.  A grande questão é como transformar este conhecimento em ações concretas, no que tange a prevenção e o tratamento de doenças. Esses são temas pertinentes a um novo segmento da medicina, que vem ganhando força com o avanço dessas técnicas: a “Medicina Personalizada”.

A medicina personalizada e a farmacogenética (estudo da relação dos medicamentos com as características genéticas individuais) podem revolucionar o tratamento dos transtornos mentais, com o potencial de aumentar a eficácia do tratamento medicamentoso, reduzir os efeitos colaterais, o custo e o tempo de tratamento. O que estamos assistindo é uma total mudança de paradigma, que nos levará à uma assistência médica estritamente individualizada.

Esses avanços abrem uma nova dimensão para o trabalho do psiquiatra, na medida em que possibilita o maior entendimento sobre a raiz dos transtornos psiquiátricos, mudando o foco de atuação para a causa da doença, e não os sintomas. A prática psiquiátrica tende a ser mais exata com esses avanços, sem a necessidade de uma abordagem de tentativa e erro.   

Apesar de todas as promessas e possibilidades, o principal recurso terapêutico continua sendo a confiança da pessoa nas orientações de seu médico, em sua atuação clínica.   A construção de uma aliança terapêutica sólida é a base fundamental de todo tratamento, principalmente na psiquiatria.

Citando o médico canadense Wilian Osler, conhecido como um dos pais da medicina moderna: “Se não fosse a grande variabilidade entre os indivíduos, a medicina talvez seria apenas uma ciência e não uma arte”.

ASSISTA AO VÍDEO: MEDICINA PERSONALIZADA NA PSIQUIATRIA
SAIBA MAIS SOBRE O TESTE GENÉTICO NA HOLISTE