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Depressão na Terceira Idade | Entrevista Dr. Gordilho

A depressão é uma doença que merece atenção em qualquer fase da vida, porém, na terceira idade o cuidado deve ser maior, pois o idoso possui uma saúde mais frágil, mais suscetível a doenças como diabetes, hipertensão e demais problemas que podem acompanhar essa fase.

A depressão é uma doença complexa, principalmente pela dificuldade do paciente entender que está doente e aceitar o tratamento. O reconhecimento da doença no idoso é mais difícil devido aos preconceitos relacionados a velhice, o que dificulta o acesso do paciente ao tratamento adequado. Para explicar melhor o assunto, o Dr. André Gordilho, psiquiatra da Holiste, participou do programa Sinta-se Bem da rádio Sociedade AM.

 

Terceira idade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) caracteriza um indivíduo como idoso a partir dos 65 anos nos países desenvolvidos e 60 anos nos países subdesenvolvidos.

O processo de envelhecimento, embora difícil para alguns, é algo que acontece naturalmente, trazendo algumas mudanças. Porém, Dr. Gordilho acredita que conforme a medicina e a ciência avançam, isso permite que com o advento de novos tratamentos, novas medicações em todas as áreas da saúde, a idade também avance. “Pessoas de 40 e 50 anos estão se cuidando, estão mais dispostas, estão bonitas, enfim, vivendo mais. Então você fica mais longevo, podendo chegar a idades mais avançadas que antes não se chegava”.

O idoso, no entanto, pode vir a adoecer mais facilmente. A depressão no idoso tem algumas características um pouco diferente do adulto jovem, que é mais característico por exemplo, a tristeza e desânimo. Já na terceira idade, a doença se manifesta com um queixume (lamentação), reclamações excessivas, mau humor, perda de memória e queixas somáticas. A partir disso, começam a investigar mil possibilidades e, muitas vezes, o paciente pode estar simplesmente deprimido.

 

Diagnóstico da doença

Para um diagnóstico preciso é importante fazer uma avaliação médica criteriosa, porque existem doenças físicas e clínicas, que podem alterar o estado de ânimo e o indivíduo pode simplesmente fazer uma terapia sem antes fazer uma investigação mais aprofundada e acabar “tratando” um outro problema que não é o problema real. Alguns remédios também, como os hipertensivos ou outras medicações podem gerar sintomas depressivos. Por isso, é importante uma avaliação médica para ver a interação medicamentosa entre um e outro”, explica Gordilho.

Para o psiquiatra, a solicitação de exames de tireoide e exames clínicos são importantes pois, às vezes, a depressão pode ser causada pelo hipotireoidismo. Então, é imprescindível realizar além do exame clínico e do exame psiquiátrico, uma análise do histórico familiar, pois, quem possui parentes de primeiro grau com doença mental e/ou depressão, tem uma possibilidade maior de desenvolver algo.

É preciso também salientar que o tratamento da depressão deve continuar independentemente de haver uma melhora ou não, sempre com a orientação do médico responsável. “O tratamento deve ser a longo prazo, principalmente, no primeiro episódio depressivo, porque ainda há chance de curar a depressão. Após o terceiro episódio depressivo, a doença já “cronificou” e o paciente vai ter que se tratar o resto da vida”, segundo ele.

 

Tratamento

São muitas as opções de tratamento para este diagnóstico, porém, o que acaba por impedir a melhora do quadro depressivo do paciente é o receio e o preconceito com determinados métodos. “Nem sempre a primeira medicação faz o efeito desejado, o que não quer dizer que a medicação está errada, apenas o seu organismo que não respondeu”.

O tratamento da depressão geralmente é feito associando medicação com psicoterapias. Entretanto, as terapias de neuroestimulação também apresentam resultados muito eficazes, fazendo com que seu uso ganhe cada vez mais espaço nos planos terapêuticos dos pacientes. As principais terapias de neuroetimulação utilizadas no tratamento da depressão são a tradicional ECT (Eletroconvulsoterapia) e a EMT (Estimulação Magnética Transcraniana).

O paciente tem uma infinidade de possibilidades de se tratar, de curar e de melhorar. Então não há sentido o indivíduo ficar doente e se privar do tratamento por causa de um preconceito imposto na sociedade”, conclui o psiquiatra.

Confira a entrevista completa: