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Depressão pode se apresentar de diferentes formas

depressão

Fabiana Nery fala sobre depressão, no programa Band Mulher.

Em entrevista ao programa Band Mulher, Fabiana Nery, psiquiatra da Holiste, sobre diagnóstico, tratamento e outros aspectos da depressão, que hoje atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo.

Ainda que a depressão seja tema recorrente na pauta da saúde, ela ainda é cercada de tabus e desinformação que prejudicam quem sofre da doença. Muitas vezes banalizada como uma simples tristeza ou “estado de espírito”, quando não diagnosticada e tratada pode ter seu quadro agravado. O principal risco, nesse cenário, é que esse agravamento resulte num desfecho trágico, como o suicídio.

“A depressão é uma doença clínica e sistêmica que afeta o organismo como um todo, gerando alterações químicas, físicas e psíquicas. É preciso separar o que é tristeza do que é depressão. A tristeza pode fazer parte de um quadro de depressão, mas isso não acontece sempre. A depender do conjunto de sintomas, é possível ter dez pessoas com dez quadros diferentes da doença. O que determina a patologia é um importante prejuízo ao indivíduo na maioria das áreas de sua vida. Dentro disso pode haver tristeza, falta de energia, humor rebaixado, irritação entre outros” – destacou a especialista.

Assista é entrevista completa:

A depressão na Infância e adolescência

O diagnostico de depressão em crianças e adolescentes requer cuidados e muita atenção. Nem sempre é fácil identificar a doença; diferentemente dos adultos, que conseguem expressar suas dores e angustias, as crianças tendem a se fecharem, apresentando mudanças em seu comportamento e qualidade do sono quando estão em uma crise depressiva. É comum observar sintomas como: ter medo de ficar longe dos pais ou de pessoas próximas que lhes tragam confiança, sono agitado, ficarem caladas e/ou isoladas.

“Os pais devem estar atentos a mudanças no padrão de comportamento e desempenho escolar. A depressão nas crianças e adolescentes é de difícil diagnóstico e por isso um psiquiatra com especialização nessa área é o profissional indicado para fazer essa avaliação. Isso porque existe uma série de quadros que podem apresentar os mesmos sintomas da depressão” – aconselhou.
Após o diagnóstico, é de extrema importância seguir corretamente o tratamento, que envolve acompanhamento psiquiátrico e psicoterapia. Em alguns casos, o acompanhamento de uma psicopedagoga pode ser fundamental para que a criança ou jovem consiga retomar sua rotina normal de estudos e outras atividades.

Tratamento e depressão recorrente

O tratamento da depressão passa por identificar a gravidade e as particularidades de cada caso. Fabiana explica que, nos casos leves da doença, o tratamento ambulatorial é suficiente para manter a doença sob controle. Já quando se trata de uma depressão moderada, onde existem perdas nas relações sociofamiliares, pode ser necessário um tratamento em hospital dia, onde o paciente cumpre uma série de atividades terapêuticas durante o dia e à noite retorna ao convívio familiar. Nos casos mais graves, onde o paciente pode apresentar problemas disfuncionais ou tentativas de suicídio, a internação psiquiátrica é o procedimento mais adequado para preservar a saúde do paciente.

Fabiana Nery também ressaltou que a pessoa pode ter um episódio depressivo agudo, e, ao fazer o tratamento adequado, ter o seu quadro estabilizado. Porém, existe o transtorno depressivo recorrente, que é quando depressão retorna mesmo depois de anos do primeiro episódio. Nesses casos, é necessário avaliar a necessidade do uso contínuo de medicamentos, com o intuito de prevenir novas crises.

“Uma vez que o paciente tem mais de dois episódios, ele já tem indicação para realizar o tratamento por longo prazo (às vezes pela vida toda), até para prevenir novos episódios. Isso porque a medicação demora para fazer efeito, e uma vez que a depressão está instalada causa muitos prejuízos à vida do indivíduo” – finaliza a psiquiatra.

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