A Revista Super Interessante abordou o uso do Teste Genético como aliado no tratamento da depressão. Na matéria, a jornalista Pâmela Carbonari explicou o funcionamento do teste genético e relatou sua experiência com a depressão e com os tratamentos medicamentosos.
“O que mais temia não era a ajuda profissional, mas o troca-troca de remédios típico de quem começa tratamentos, e a convivência com efeitos colaterais que cada um pode dar no início do tratamento – ansiedade, tontura, dor de cabeça, náusea…”, explica Pâmela Carbonari.
O “troca-troca” que a jornalista se refere se dá pelo fato de que, a despeito de todo cuidado e perícia do psiquiatra, não é incomum que o paciente não responda de forma eficaz à primeira prescrição do tratamento medicamentoso, ou apresente efeitos colaterais indesejados, já que cada remédio interage com o organismo de uma forma.
“Os testes genéticos surgem como uma alternativa para determinar quais antidepressivos funcionam melhor no seu corpo. A grosso modo, são testes que fazem uma leitura do seu DNA para detectar se ele é mais amigo deste ou daquele remédio”, resume a jornalista.
O psiquiatra Guido May – do laboratório GnTech, parceiro da Holiste – comenta sobre o teste farmacogenético na matéria.
“É raro encontrar alguém que metabolize normalmente todos medicamentos utilizados para o sistema nervoso central. Mas, mesmo com esse manual de instruções na mão, a avaliação de um médico segue sendo fundamental. O teste genético é uma ferramenta, uma informação a mais para ajudar, em conjunto com histórico de tratamentos prévios, ambiente, fase da vida”.
ESTUDOS E RESULTADOS
Um levantamento realizado nos Estados Unidos pela organização de saúde Mayo Clinic, mostrou que quem fez o exame genético teve uma resposta 70% melhor à medicação se comparada àqueles que usaram o antidepressivo sem ter realizado o teste.
“Existem estudos norte-americanos que demonstram que as pessoas que fazem o tratamento guiado com o teste farmacogenético faltam 75% menos ao trabalho do que o paciente que faz o tratamento pela via tradicional, gasta 60% menos com saúde e demanda 67% menos dos planos de saúde” – afirma Guido May.
Já o estudo realizado em publicado em 1167 pacientes com transtorno depressivo maior – que apresentaram resistência ao tratamento e não tiveram resposta a pelo menos um medicamento – identificou uma probabilidade 30% maior de resposta do paciente ao tratamento e 50% maior de alcançar a remissão quando a seleção da medicação foi guiada pelo teste genético. O estudo foi publicado no American Psychiatric Association (APA), em maio de 2018.
“Atualmente, a prescrição por tentativa e erro de antidepressivos é um fator que contribui para o insucesso do tratamento e aumenta os custos. A farmacongenômica combinatória pode melhorara os resultados identificando medicamentos que, por razões genéticas, serão menos eficazes, podem levar a mais eventos adversos e que podem existir a troca”, explicou o Dr. John Greden, pesquisador principal do estudo.
TESTE FARMACOGENÉTICO GNTECH
A Holiste realiza o teste em parceria com a GnTech, laboratório catarinense de genética e bioinformática, que realiza exames de alta qualidade e precisão, provenientes do sequenciamento do genoma humano.
O teste da GnTech oferece uma avaliação de como as medicações atuarão no sistema nervoso central do paciente, no tratamento de transtornos como depressão, ansiedade, déficit de atenção e psicoses.
O exame é realizado de forma simples, com a coleta de uma amostra da saliva do paciente. O material é enviado para o laboratório que analisa 26 genes para determinar como o organismo daquele indivíduo reage aos 79 remédios mais usados para o Sistema Nervoso Central – antidepressivos, ansiolíticos, antipsicóticos, analgésicos, opioides, psicoestimulantes, estabilizantes de humor e anticonvulcionantes.
O laudo gerado auxilia o trabalho do psiquiatra, como um “mapa” que demonstra como os genes determinam a absorção, distribuição e metabolização dos remédios e de que forma acontece a recaptação de neurotransmissores.
“O teste farmacogenético apresenta-se como uma alternativa para auxiliar a escolha do melhor tratamento, respeitando as especificidades genéticas daquela pessoa. Podemos definir se é necessário aumentar ou reduzir a dosagem da medicação, ou buscar uma outra alternativa que se adapte melhor ao tipo de metabolismo do paciente, possibilitando uma melhor adesão ao tratamento e uma maior qualidade de vida”, explica a psiquiatra da Holiste Fabiana Nery.