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Dia Mundial da Saúde Mental | 10 de outubro

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Celebrado no dia 10 de outubro em todo mundo, o Dia Internacional da Saúde Mental destaca a  importância de cuidar da saúde mental para a promoção do bem-estar das pessoas, assim como a necessidade de falar sobre o tema para combater os tabus.

Conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) cerca de 31% a 50% da população brasileira pode vir a apresentar pelo menos um episódio de transtorno mental durante a vida. Estas patologias são a terceira causa de afastamento do emprego no Brasil.  Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o número de benefícios concedidos em um intervalo de cinco anos (entre 2007 e 2012) aumentou mais de 1800%. Apesar dos dados alarmantes, as doenças mentais ainda são vistas com preconceito e o tratamento adequado é muitas vezes prejudicado ou negado por tabus que disseminam a falsa ideia de que a melhora do quadro seria exclusivamente uma questão de “força de vontade”.

“Quando uma pessoa tem um problema de saúde físico, não pensa duas vezes em procurar ajuda de um profissional. Mas, quando a questão envolve um transtorno de saúde mental, que é invisível e não pode ser mensurado por não possuir um marcador biológico nem um exame que o comprove, muita gente busca soluções alternativas e ineficientes por conta dessa subjetividade, o que abre espaço para desconfiança, preconceito e especulações”, diz o psicólogo André Dória.

Ter saúde mental é mais do que a ausência de doenças – só é possível se ter saúde quando há completo bem-estar físico, social e mental. Logo, a promoção da saúde mental envolve ações para criar condições de vida e ambientes que permitam às pessoas adotar e manter estilos de vida saudáveis.

A psiquiatra  Fabiana Nery comenta que as doenças mentais têm causas multifatoriais, mas que existem pessoas mais propensas a desenvolver estes transtornos. “O tripé genética, ambiente e experiências apresenta um risco de duas a quatro vezes maior do que a população geral”, sinaliza.

A médica pontua que eventos estressantes e abusivos e a negligência parental na primeira infância estão associados a futuros casos de depressão e suicídio. Além disso, filhos de pessoas que já apresentam um transtorno mental terão uma predisposição genética, embora isso não seja uma determinante para o adoecimento.

O Dia da Saúde Mental

As doenças e transtornos mentais atingem mais de 400 milhões de pessoas no mundo inteiro, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e cerca de 75% a 85% destas pessoas não têm acesso ao tratamento adequado. Assim, a Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health) criou o Dia Mundial da Saúde Mental, comemorado no dia 10 de outubro. Esta ação visa chamar a atenção das pessoas para as questões que permeiam a saúde mental, quebrando paradigmas e estimulando a busca por tratamento.

Para o psiquiatra Luiz Fernando Silva Pedroso, diretor clínico da Holiste, a negligência em relação à saúde mental contribuiu para que tais enfermidades ocupem posições de destaque entre as doenças mais prevalentes na população mundial. “A doença mental mata se não for tratada adequadamente, portanto deve-se buscar atendimento médico tão logo se manifestem reações psicoemocionais frequentes que fogem à normalidade”, ressalta.

O agravamento das enfermidades psiquiátricas pode acarretar consequências graves, como o suicídio, inanição, violência, desajuste social, abuso de drogas, acidentes e reações de desequilíbrio emocional. Um dos aspectos que dificultam o suporte médico adequado é o preconceito, muitas vezes existente na própria família, devido ao estigma que as doenças mentais carregam. Muitas vezes, a pessoa com transtorno mental é tratada como se tivesse um problema de temperamento ou um desvio de conduta. “Muitas vezes só se busca o recurso terapêutico adequado nos picos de crise”, comenta o psiquiatra.