André Dória, psicólogo e coordenador do Programa de Transtorno Bipolar da Holiste, falou sobre o Transtorno Bipolar e suas características em entrevista ao programa Viva Bem da rádio Sociedade FM.
Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, 4 milhões de pessoas sofrem da doença no Brasil, além disso é o transtorno que mais causa suicídios em todo o país. “Não se pode confundir a doença com comportamentos comuns da personalidade do indivíduo. O transtorno bipolar configura-se por oscilações patológicas na qual a pessoa passa por fases de depressão e fases de mania/euforia em períodos distintos. Na depressão, o indivíduo fica triste, inibido e não se relaciona com as demais pessoas, já na euforia é justamente ao contrário, é uma fase caracterizada pela desinibição, perda da autocrítica, mania de grandeza, gastos compulsivos…”, relata Dória.
Impacto do diagnóstico
A maior parte dos pacientes procuram ajuda quando estão tendo um episódio depressivo, não quando estão se sentindo bem na fase da mania/euforia. O profissional deve ser cuidadoso para não diagnosticar o paciente erroneamente, já que é difícil perceber quando esses sentimentos e comportamentos podem ser sintomas da doença. Porém, o principal é identificar se esses episódios trazem sofrimento e prejuízos ao indivíduo.
Questionado sobre o impacto que o diagnóstico pode trazer aos familiares, André Dória comenta: “Acredito que o impacto maior seja o julgamento moral. A família acaba indo por um viés moralista, fazendo julgamento de valor. Quando na verdade, na maioria das vezes, o indivíduo está incapaz naquele momento de responder, de forma racional, pelos seus atos”.
Tratamento caso a caso
“Quando se trata de transtorno mental, temos que trabalhar no caso a caso. Existem pessoas que possuem o diagnóstico do transtorno bipolar, mas tem uma personalidade menos hostil, já outras apresentam uma personalidade mais impulsiva. Ou seja, não dá para ter uma fórmula geral do transtorno”.
Por ser uma doença causada por fatores biopsicossociais, o tratamento geralmente é feito através de medicamentos e psicoterapia. É de extrema importância que o paciente também esteja inserido em um ambiente saudável, com pessoas que o apoiam e tentam ajudar na sua melhora. “O tratamento do transtorno bipolar deve ser multidisciplinar, realizado por uma equipe composta de profissionais como psiquiatra, psicólogo, terapeuta…”, explica o psicólogo.
O tratamento medicamentoso é geralmente feito com estabilizadores de humor, antidepressivos, antipsicóticos e, em casos de urgência, tranquilizantes. Os remédios devem ser prescritos por um psiquiatra e o tratamento não deve ser descontinuado sem o consentimento do profissional. “Em alguns casos, a dificuldade no ajuste da medicação pode contribuir para a desistência do tratamento, por este motivo é importante que o paciente seja perseverante e compreenda a complexidade do tratamento e importância do papel do profissional de saúde mental”, conclui.
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