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Entendendo o Suicídio | Vídeo

profissionais da Holiste falam sobre o suicídio

suicídio é uma questão de saúde pública.  O número mortes por suicídio, em todo o mundo, supera a soma de óbitos causados por homicídios, acidentes de trânsito, guerras e conflitos civis a cada ano, sendo uma das 10 maiores causas de morte.

A cada 45 minutos, 1 brasileiro comete suicídio; em todo o mundo, a estatística é de 1 uma morte a cada 45 segundos.

“Não se fala tanto sobre o tema porque tem-se a falsa ideia de que falar sobre ao assunto pode induzir a realização do ato, quando o contrário é mais verdadeiro.  Muitas vezes, a pessoa que tem o pensamento suicida, não quer se matar, mas está envolvida em um contexto interno do humor e não sabe como pedir ajuda.  Precisamos falar sobre o suicídio”, afirma o psiquiatra Victor Pablo.

É preciso falar sobre o suicídio e sobre os problemas que levam ao ato. O assunto deve estar presente nas conversas das pessoas, saindo da esfera do tabu e do preconceito, tornando esse diálogo um meio de prevenção.

“Entendendo o Suicídio” é o sexto vídeo da série “Desmistificando a Saúde Mental”, onde os psiquiatras Fabiana Nery e Victor Pablo e as psicólogas Ethel Poll e Daniela Araújo falam sobre tratamento e prevenção, buscando desmistificar a ideia de que o ato suicida é uma opção do indivíduo diante dos problemas em sua vida.

 

SINTOMA DE UMA DOENÇA

Transtornos Mentais e/ou o uso abusivo de álcool e drogas estão relacionados a quase 90% dos casos de suicídio.  Depressão, esquizofrenia, transtorno afetivos, psicóticos, de personalidade e a dependência química são as patologias psiquiátricas mais associadas às tentativas de suicídio.

Pessoas que atravessam um luto profundo, que apresentam comportamentos impulsivos ou com histórico de tentativa/ morte por suicídio em familiares de primeiro grau, também representam um perfil que demanda maior atenção.

Apesar de muitas vezes o suicídio ser associado a fatos negativos recentes (como a perda de emprego ou um trauma como um estupro), esses são apenas gatilhos do ato. Os sintomas relacionados ao problema são evolutivos e vão se agravando com o tempo, dando alguns sinais de que algo pode estar errado.

“Ideação suicida é um sintoma da gravidade de uma doença psiquiátrica.  Uma vez tratada, a ideação suicida desaparece e o paciente consegue ter uma vida absolutamente saudável e funcional”, explica a psiquiatra Fabiana Nery.

 

PEDIDO DE AJUDA

Existem várias definições para tentativa de suicídio, a mais utilizada é “qualquer ato que tenha por intenção aniquilar a própria vida”.

“O suicídio diz respeito à uma angústia muito forte e a incapacidade de lidar com ela.  Mas, tem também um apelo ao olhar do outro, um pedido de ajuda”, esclarece a psicóloga Daniela Araújo.

Dois conceitos nos auxiliam em entender o ato do suicído: o action out e a passagem ao ato.

No primeiro, sujeitos neuróticos se colocam em cena para chamar a atenção do outro, para chamar a atenção sobre si.  A passagem ao ato é um quadro completamente diferente, onde encontramos os quadros de psicose, transtorno bipolar, esquizofrenia e depressão; nesses casos, não existe esse movimento de entrar em cena,  mas uma ruptura radical com o outro.

“Importante colocar que, independente de qualquer coisa, existe um risco de morte.  Essas atitudes não devem ser banalizadas.  Se quer chamar a atenção é porque existe o sofrimento, existe algo aí que precisa ser cuidado e olhado com atenção”, acrescenta a psicóloga Ethell Poll.

 

PREVENÇÃO, TRATAMENTO E INTERNAÇÃO PSIQUIÁTRICA

Dra.  Fabiana Nery explica que a abordagem ao suicídio pode ser separada em duas etapas:  a prevenção e o tratamento.

“Tratar as patologias psiquiátricas que o indivíduo possa ter é fundamental para prevenir a evolução da doença, e possivelmente chegar na ideação ou tentativa de suicídio.

Uma vez que esse comportamento suicida já está instalado – seja pela evolução da doença, pela falta de tratamento ou doenças mais graves –  a internação psiquiátrica torna-se fundamental no processo. Inicialmente, para proteger o paciente dele mesmo, por conta dos prováveis comportamentos de tentar aniquilar a própria vida; depois, para instituir a medicação e o tratamento psiquiátrico necessários para que o paciente possa superar os sintomas, e a ideação suicida desapareça”.

Nesses casos, a psicoterapia já se inicia durante o período da internação.

“O tratamento medicamentoso é importante para abarcar o primeiro momento de crise, para que o sujeito possa aderir ao tratamento.  Pois, muitas vezes, o sofrimento e a dor são de uma radicalidade tão grande que o sujeito não quer se tratar, não quer buscar ajuda. O tratamento medicamentoso dá uma apaziguada para que o sujeito possa falar da sua dor”, completa Ethel Poll.

 

FOCO NO SUJEITO

É preciso desmistificar questões relacionadas ao assunto, entender que o indivíduo está doente.  Frases como:  “você não teve coragem”, “não foi forte suficiente” ou “tenha força de vontade” não são eficazes.  Na verdade, esse tipo de mensagem piora muito o quadro de um indivíduo que está pensando que não vale mais a pena viver.

“Esse tipo de postura julgadora e moralista de nada ajuda o sujeito. Temos que dar atenção a essas pessoas que estão sofrendo. Quando elas falam em tentativa de suicídio, nada mais é do que dizer que ‘eu não estou bem, estou precisando de ajuda, mas não sei como resolver essa situação’.  Temos que entender a tentativa dentro de um contexto de sintomatologia, de desespero e angústia.  São pessoas em um momento de extremo desespero, que precisam de ajuda de uma equipe médica e de seus familiares”, encerra Dra. Fabiana Nery.

 

SETEMBRO AMARELO

Desde 2014 o Brasil conta com uma campanha de conscientização sobre o suicídio: o Setembro Amarelo. A campanha tem o objetivo de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo, suas formas de prevenção e a importância de se falar sobre o tema.

Como parte das nossas ações do Setembro Amarelo, reunimos diversos conteúdos elaborados por nossos profissionais – psiquiatras e psicólogos – abordando o assunto, trazendo mais informações que auxiliem na prevenção e tratamento do suicídio.

Clique e saiba mais sobre a PREVENÇÃO DO SUICÍDIO