A expectativa de vida do brasileiro aumentou nos últimos anos. Hoje, o índice chega, em média, aos 76 anos. Envelhecer de forma saudável e ativa é um desejo todos. Atingir esse objetivo é possível, com cuidados que contemplem tanto corpo quanto a mente.
A psicóloga Raíssa Silveira, falou sobre este tema em entrevista ao programa Band Mulher.
Raíssa destaca que, muitas vezes, o medo de envelhecer decorre da forma como este processo ainda é associado à falta de independência, de capacidade de se manter ativo e autônomo nas atividades do dia a dia.
“O envelhecimento é o processo, a velhice é o momento em que a pessoa se depara com perdas e mudanças associadas a incapacidades, como o não conseguir realizar mais atividades do dia a dia, o medo que os papeis se invertam e, sem poder trabalhar, ficar dependente dos filhos. É possível encontrar recursos para que as limitações que surgem com o tempo sejam minimizadas, porque hoje a gente chega aos 60 anos e não está pensando em morrer. É possível chegar aos 80 com qualidade de vida, mesmo que as vezes não fazendo, da mesma forma, as atividades realizadas anteriormente”, pontua.
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Negação
A obrigação de envelhecer bem, como forma de negação do envelhecimento, pode acarretar prejuízos graves, levando as pessoas ao excesso de procedimentos estéticos, exercícios e outros hábitos que, mal utilizados, trazem mais prejuízos do que benefícios. Raissa explica melhor o problema:
“É a exigência de chegar bem à velhice, de estar bem para um padrão idealizado. Começa entre a busca por atender uma série de recomendações para atingir esse ideal, muitas vezes levando a um sofrimento muito grande, pois a pessoa persegue algo que não é real ou possível para ela. Isso é muito singular para cada um, porque não está posto para todo mundo a forma certa de envelhecer. Esse processo toca cada um de um modo muito singular”, afirma a psicóloga, enfatizando que é importante não perder de vista o que é bom e possível para cada um, e que cada pessoa vai ter uma forma diferente de buscar o envelhecimento saudável.
Prevenção
Já vimos que o processo de envelhecimento saudável é individual, mas existem, sim, hábitos universais que contribuem para um envelhecimento sadio. Entre eles, podemos citar o cuidado com a alimentação, a prática regular de atividades físicas, manutenção dos laços sociais (família, amigos e comunidade), estimulação cognitiva e outros. Cada pessoa deve buscar alternativas para trabalhar esses elementos em sua vida.
“É preciso identificar o que é envelhecer bem para cada um. Esse é o primeiro ponto. Não adianta as pessoas se fixarem em um modelo ideal, sendo que vai ser difícil alcançar um modelo porque algo do meu desejo também não está ali. A melhor forma é, a partir dessa identificação pessoal, buscar construir esse envelhecimento saudável, através do que é melhor para cada um – seja alimentação, exercício, um laço social bem construído, fazer atividades que dão prazer, se descobrir a partir disso”, conclui.