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AINDA PRECISAMOS FALAR SOBRE SUICÍDIO

Em Live realizada pelo jornal Correio, Leonardo Araújo, psiquiatra da Holiste, ressaltou a importância de falar sobre suicídio para prevenir novos casos.

Tabu para muitas pessoas, falar sobre suicídio pode fazer toda a diferença para quem está passando por um grande sofrimento psíquico. A maioria das pessoas ainda se recusa a conversar sobre o tema, mas quem sofre com transtornos psiquiátricos muitas vezes pode não receber a ajuda necessária em função desse silêncio.

A prevenção ao suicídio e sua associação com as patologias psiquiátricas foi o assunto abordado pelo psiquiatra Leonardo Araújo no programa Saúde & Bem-Estar, realizado pelo jornal Correio e apresentado pelo jornalista Jorge Gautier.

“É preciso acabar com o estigma de que só quem busca atendimento psicológico e psiquiátrico é louco. É fundamental que as pessoas busquem ajuda se tiverem qualquer pensamento suicida. O suicídio deve ser tratado com atenção pelas famílias em todas as faixas etárias, mas com cautela e respeito. Falar sobre o assunto é a melhor forma de prevenção”, destacou o médico.

O SUICÍDIO NO MUNDO

Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS) o suicídio é a 3ª causa de morte de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos. Os números ainda mostram que 12 mil pessoas cometem suicídio no Brasil anualmente.

Um dos pontos para reduzir esse número é entender como a prevenção pode ser feita. As precauções não são voltadas apenas para aqueles que mostram sinais de ideação suicida, mas principalmente para quem já tentou o suicídio. Isso porque é alta a taxa de mortalidade de pessoas que tentaram se matar fazem isso novamente.

“A cada 100 pessoas que tentaram suicídio, uma delas vai morrer no ano seguinte à tentativa. Por isso, é preciso estar atento ao seu redor”, indicou o psiquiatra durante a entrevista.

Ele ainda afirmou a necessidade de se procurar uma avaliação médica após uma tentativa de suicídio. No primeiro momento, o paciente deve ser atendido em unidades de saúde para que seja avaliado se a tentativa desencadeou algum problema de saúde físico. Além disso, é de fundamental importância buscar auxílio psiquiátrico para se avaliar a gravidade do caso e definir o tratamento do paciente, que pode necessitar de internação ou acompanhamento ambulatorial.

ATENÇÃO E CUIDADO

O especialista salientou que é preciso desmistificar os preconceitos criados sobre as doenças mentais, como ‘depressão é doença de rico’ ou ‘quem tenta o suicídio quer chamar atenção’. Leonardo alertou, aliás, que esse tipo de discurso é perigoso. “É preciso ter cuidado em não ser empático com a tentativa e o grau de letalidade dela”, reforçou.

Outro ponto trazido pelo psiquiatra é a atenção que cada pessoa deve ter aos entornos, pois, em qualquer lugar pode ter uma pessoa próxima com ideações suicidas, e uma abordagem correta e cautelosa pode fazer toda a diferença.

“É importante lembrar que o suicídio permeia todas as camadas sociais e faixas etárias, então esse olhar para as pessoas é essencial”, afirmou. “Além disso, as ideações suicidas precisam ter atenção de profissionais especializados”, completou.

PREVENÇÃO AO SUICÍDIO

Na maior parte dos casos, o indivíduo que quer se matar não tem clareza sobre isso, pois ele está sob a influência de um transtorno mental grave. Logo, a intervenção de profissionais qualificados pode fazer a diferença e salvar vidas. Segundo Leonardo, alguns dos sinais que podem indicar ideações suicidas são: isolamento; alteração de sono e apetite; sentimento de desesperança com a vida, deixar de ter prazer em atividades que antes eram agradáveis, entre outros.

“É importante dar atenção aos sinais para que se inicie um tratamento com um profissional qualificado. Quanto mais cedo se iniciar um acompanhamento, maiores são as chances de sucesso.” – finaliza o especialista. Matéria originalmente publicada no Correio