Fim de um relacionamento é sempre complicado, e aquele ditado “Quando um não quer, dois não brigam” não vale para todas as situações.
Prever a reação do companheiro(a) no fim do relacionamento nem sempre é possível, muita gente perde o controle e comete excessos de todos os tipos. André Dória, psicólogo da Holiste, conversou com os apresentadores do Jornal da Manhã (TV Bahia) comentando um episódio onde uma mulher, inconformada com o fim do relacionamento, destrói o carro do ex-namorado.
MULHERES X HOMENS
Acredita-se que mulheres são mais sensíveis em relação ao fim do relacionamento e homens tenderiam a ser mais possessivos, mas a dor não tem gênero, afirma o psicólogo. A reação estaria mais ligada a uma relação de dependência no relacionamento.
“De alguma forma, somos constituídos por uma falta que a gente preenche trabalhando, estudando, amando… e quando você coloca no outro todas as expectativas de que a falta vai ser preenchida a partir da relação e a essa relação termina, muita gente não consegue lidar com isso de forma tranquila, passa ao ato e chega a atitudes extremas. ”
Porém, é necessário observar a singularidade de cada pessoa, alerta o psicólogo.
“A gente só pode pensar a partir do caso a caso, não há uma resposta generalizada. É natural, no fim de uma relação que a gente elabore um luto, uma perda. As pessoas conseguem superar isso porque o luto tem um tempo definido. Porém, algumas pessoas não conseguem lidar com isso e partem para tentar destruir o objeto de amor, esse seria um caso que demandaria um atendimento especializado. ”
SINAIS DE DEPENDÊNCIA
Alguns sinais que o relacionamento não está sendo saudável podem ser percebidos. O comportamento pode ser semelhante à dependência química.
“Parece uma dependência sem substância. A pessoa fica inquieta, não dorme bem, não fica tranquila na ausência do outro. É importante estar atendo a esses sinais, e muitas vezes a própria pessoa não percebe isso, a percepção vem de fora, dos amigos e familiares. ”
PAIXÃO NA ADOLESCÊNCIA
“Na adolescência, a experiência do amor é arrebatadora porque o adolescente está tomado pela sexualidade que estava adormecida, os pêlos crescendo, os hormônios…. então quando se apaixona, há um certo apaziguamento destas angustias, uma certa tranquilidade… O amor pode funcionar como uma bálsamo para o turbilhão da adolescência. Por isso que quando termina pode ser tão doloroso”.
Diante disto, André Dória recomenda que os pais busquem estar ao lado dos filhos para que possam ajudados a vivenciar este processo natural do amadurecimento.
FICAR TRISTE É NATURAL
André Dória completa afirmando que é natural e necessária vivenciar a tristeza do luto, da perda. Sofrer com o fim da relação faz parte do processo. Diferente de um caso extremo de dependência afetiva que muitas vezes pode estar associado a um quadro de depressão. Apenas nestes casos o indivíduo precisa de uma ajuda profissional.