O evento, que reúne os maiores profissionais da psiquiatria mundial, foi realizado entre os dias 14 e 18 de Maio, na cidade de Atlanta – EUA.
Maior acontecimento da psiquiatria mundial, o Encontro Anual da Associação Americana de Psiquiatria apresenta ao mundo as mais novas pesquisas do setor, as recentes descobertas, novas classificações de transtornos, medicamentos e métodos terapêuticos. Dr. Luiz Fernando Pedroso e Dr. André Gordilho, psiquiatras da Holiste, compareceram ao evento para conferir as novidades e atualizações do segmento da saúde mental.
Nova nomenclatura dos medicamentos
Uma das novidades apresentadas nas palestras foi o movimento em se estabelecer uma nova nomenclatura classificatória das medicações psiquiátricas, menos mistificada e mais condizente com a realidade neurofisiológica: “É uma sofisticação que a muito os farmacologistas nos deviam, para tornar as classificações dos medicamentos menos toscas e mais em sintonia com a neurociência atual. Mais que uma mudança formal, há uma mudança de concepção, menos burocrática e mais próxima da realidade. Isso significa entender que um antipsicótico ou um antiepiléptico não são somente isso, às vezes nem principalmente isso. Eles podem ser um sonífero, um ansiolítico, um estabilizador de humor, dependendo da dose e de como for usado. Então, propõe-se que as medicações sejam classificadas de acordo com sua ação farmacodinâmica.” – explica Dr. Luiz Fernando Pedroso.
Psicanálise e Neurociência
Outro ponto importante observado por Dr. Luiz Fernando é a aproximação entre psicanalistas e neurociência: “Há vários congressos venho notando um esforço dos psicanalistas em se adaptarem aos novos conhecimentos da neurociência. Eles estão tentando adaptar tanto as teorias quanto a linguagem psicanalítica ao que vem sendo descoberto no campo da neuroanatomia funcional, da neurofisiologia e da neuroplasticidade. No Brasil, ainda praticamos a psicanálise dos anos 50, evoluímos muito pouco. Durante o Encontro, percebi que nos EUA a psicanálise é mais dinâmica, menos presa a estamentos acadêmicos.” – finalizou o psiquiatra.