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Integração paciente x família: saiba a importância dessa relação nos tratamentos dos transtornos mentais

transtornos mentais

Saiba como e porque as famílias cumprem um papel essencial na promoção do cuidado de pacientes em sofrimento mental.

Historicamente, o tratamento dos transtornos mentais esteve associado a um modelo de internação asilar, em instituições que acabavam se tornando verdadeiros depósitos de pessoas. Durante muito tempo, indivíduos classificados como loucos eram privados do convívio social e de sua própria família.

Essa realidade contribuía para a marginalização dos pacientes, que tinham sua reabilitação psicossocial dificultada e, portanto, permaneciam em reclusão por tempo indeterminado. Aqueles que conseguiam ter alta retornavam para um ambiente familiar que não estava preparado para recebe-los, pois as informações sobre transtornos mentais eram muito escassas.

Neste artigo, falamos justamente sobre a importância da integração de pacientes e familiares nos tratamentos em saúde mental, mesmo para os casos leves e moderados, onde não há a necessidade de uma internação.

Intervenções com a família mesmo antes da internação

Como vimos acima, a participação da família durante o processo de internação é fundamental. Mas, até mesmo com o objetivo de evitar o agravamento do quadro, o ideal é que os profissionais que acompanham o paciente envolvam os familiares mesmo durante o tratamento ambulatorial, pois muitas vezes a família é parte do processo de adoecimento da pessoa.

A família conhece a rotina do paciente, seus gostos, sonhos, traumas, preferências e tantas outras informações importantes para serem trabalhadas junto ao paciente. Envolvê-la no tratamento propicia mais ferramentas para a equipe de terapeutas trabalhar com o paciente, aumentando suas possibilidades de recuperação.

Valorização do vínculo familiar

Por mais importante que seja o acompanhamento do paciente por parte de profissionais da saúde – muitas vezes equipes multidisciplinares – nada substituí o cuidado da família. Isso se deve ao fato de a família integrar uma parte importante da vida do paciente, da qual os profissionais que o tratam não têm acesso ou influência.

Junto às famílias, os pacientes desenvolvem sua sociabilidade, afetividade, entre outros atributos psicossociais fundamentais para a evolução de seu quadro. E, à medida em que os familiares reconhecem que o doente é alguém que inspira cuidados, que depende deles para recobrar sua autonomia, abre-se caminho para a reconstrução dos laços que foram abalados pelos sintomas da doença.

A equipe multidisciplinar tem o papel fundamental de reduzir os conflitos e viabilizar a reconstrução desse vínculo entre paciente e família. É preciso criar estratégias de aproximação, trabalhar as questões que podem funcionar como gatilho para o transtorno, buscar formas de prevenir novas crises e ajudar o paciente a manter uma rotina saudável.

Produção de estratégias cotidianas para o cuidado

Com as famílias integradas ao tratamento de pacientes com transtorno mental, temos a possibilidade de promover formas de cuidado mais efetivas, que de fato melhorem a condição de vida dos doentes. O transtorno mental desorganiza a vida cotidiana do paciente, mesmo em aspectos básicos como higiene, alimentação e até na administração de medicamentos.

Assim, a participação da família é de suma importância no processo terapêutico, pois é ela quem tem condições de auxiliar o paciente em seu contexto social, na vida diária, colocando o plano terapêutico em prática e evitando a interrupção do tratamento.

Muitas vezes a própria família adoece junto com o paciente, sofrendo com os sintomas do transtorno de seu familiar, necessitando de cuidado especializado. Os profissionais que acompanham o paciente precisam alertar os familiares sobre a importância deles buscarem auxílio profissional, resolverem suas questões e assim auxiliarem a recuperação de seu familiar.