Em entrevista ao UOL, Ueliton Pereira, psicólogo e diretor técnico da Holiste, afirma que a falta de assunto na terapia não é um impeditivo da sessão.
O isolamento social ocasionou uma mudança brusca na rotina, trazendo à tona uma série de sintomas provocados pela falta de socialização: ansiedade, humor rebaixado, pânico e estresse são os mais comuns, mas não os únicos.
Na tentativa de contornar esses sentimentos, muitas pessoas buscaram apoio psicológico profissional. Mas, mesmo quando a pessoa sabe que é necessário e quer se consultar, é comum que nesse processo surja uma dúvida desconfortável: o que devo falar na sessão de terapia?
De acordo com o psicólogo e Diretor Técnico da Holiste, Ueliton Pereira, um motivo comum para que essa “falta de assunto” ocorra é a resistência natural em trabalhar algumas questões mais profundas e dolorosas:
“Algumas pessoas não estão prontas para trabalhar aquilo naquele momento ou, ainda que inconscientemente, não querem se deparar com algumas conclusões durante o processo terapêutico”, afirma.
Como lidar com essa situação?
Por mais que pareça desconfortável, o ideal é que o indivíduo comece contando ao terapeuta o que está sentindo, sobre as razões que o levou à sessão e até sobre o sentimento de “não ter nada a dizer”.
Ueliton explica que quando o receio está em trabalhar questões mais profundas, o profissional deve orientar e tentar eliminar a resistência, para avançar no processo:
“Costuma ser um momento muito rico, pois, sem estar preso a um planejamento, a pessoa consegue fazer associações livres e ir mais fundo na discussão”, finaliza.
Matéria publicada originalmente em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/04/16/nao-tenho-o-que-falar-na-terapia-ainda-preciso-ir.htm#:~:text=Se%20voc%C3%AA%20chegou%20nesse%20ponto,E%20isso%20n%C3%A3o%20%C3%A9%20verdade.