Cerca de 4% de todas as mortes no mundo podem ser atribuídas ao consumo do álcool. Uma meta-análise realizada por pesquisadores chineses mostra se o impacto do consumo do álcool sobre a mortalidade difere entre homens e mulheres.
Estimativas da OMS mostram que 65% dos homens e 45% das mulheres ingerem álcool como parte da dieta ou por motivos recreacionais. E que 4% de todas as mortes no mundo podem ser atribuídas a este consumo. Há pouco tempo cientistas questionavam se o impacto do consumo de álcool sobre a mortalidade diferia entre os homens e as mulheres.
Mas uma meta-análise, um a análise global de estudos afins, esclareceu esta questão e os resultados não favorecem as mulheres. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores da Beijing, na China agregaram dados de 24 estudos, que totalizavam mais de 2.4 milhões de participantes. Um dos resultados mais marcantes mostra que na comparação entre as pessoas que bebiam , as mulheres tinham risco significativamente maior que os homens.
Um aumento de risco que variou conforme o consumo diário de álcool: de 52% para 75 gramas de álcool/dia até 136% para consumo de 100 gramas de álcool por dia. E, ao contrário, de estudos prévios, os autores não encontraram benefícios do consumo leve de álcool. Mas confirmaram que o maior impacto negativo para homens e , principalmente, para mulheres está no consumo intenso e, muitas vezes, diário de álcool. E claro, eles sugerem moderação e redução da ingesta de álcool, neste grupo de mulheres. A provável explicação destes resultados está na maior susceptibilidade feminina ao álcool. Ou seja, órgão como fígado e cérebro da mulher não toleram tão bem o álcool como ocorre nos homens. Por exemplo, até admite-se que a redução do volume do cérebro é mais intensa na mulher do que no homem usuário de bebidas alcoólicas.
Um outro estudo já afirmava que também que 2 doses diárias pra mulher tem mesmo impacto que 4 doses diárias para o homem. Como se vê, mulheres são diferentes dos homens e aquele conhecido refrão “beba como moderação” vale ainda mais para elas.