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O Impacto dos Padrões Estéticos no Desenvolvimento Infantil

Em entrevista ao portal Belezinha, a psicóloga Bárbara Santos falou sobre o impacto que os padrões estéticos podem causar na formação das crianças.

Cada vez mais cedo, as crianças estão sendo expostas a padrões de beleza irreais e incentivadas a adotar comportamentos adultos, como o uso de maquiagem e produtos de beleza. Esse cenário levanta questões importantes sobre o desenvolvimento saudável das crianças, o papel dos pais e a responsabilidade da sociedade como um todo.

O aumento do uso de produtos de beleza por crianças, muitas vezes, vem acompanhado pela falta de orientação adequada e pela adultização precoce, o que pode trazer impactos negativos na saúde mental dos pequenos. Além disso, a influência das redes sociais contribui para a potencialização desse problema. Pais enfrentam o desafio de equilibrar a liberdade de expressão com o desenvolvimento saudável de seus filhos e protegê-los dos efeitos prejudiciais da pressão estética.

BRINCADEIRA NATURAL X COMPORTAMENTO PRECOCE

Os dados indicam que a idade média em que as crianças começam a interessar-se por produtos de beleza está diminuindo, com algumas iniciando tão jovens quanto 6 ou 7 anos de idade. Esse interesse muitas vezes é motivado pela pressão do grupo e o desejo de pertencer, criando um sentimento de deslocamento quando o acesso a esses produtos é negado sem explicações adequadas. “Vale lembrar, ainda, que brincar com a maquiagem, as roupas e os sapatos da mãe ou outro cuidador primário sempre foi uma forma lúdica de interagir com o mundo adulto” – afirma Bárbara Santos – “O problema é que a brincadeira deixou de ser brincadeira e se tornou literal, ou seja, essas crianças estão agindo como ‘mini-adultos’.

As redes sociais têm um papel significativo, através de perfis que criam e disseminam esse tipo e conteúdo para o público infantojuvenil, intensificando ainda mais a pressão sobre elas. Não se trata apenas do uso precoce de produtos, mas da imposição de padrões estéticos: “A juventude hoje não é uma fase pela qual se passa, é um valor exaltado, então o envelhecimento precisa ser combatido” – analisa a psicóloga – “É como se a gente dissesse para essas crianças: não é possível simplesmente envelhecer bem, o envelhecimento precisa ser retardado”.

Nesse contexto complexo, é essencial que os pais assumam a responsabilidade de filtrar o conteúdo ao qual seus filhos têm acesso, orientá-los sobre os impactos negativos da adultização e promover uma autoestima saudável. Além disso, as empresas e a sociedade em geral devem refletir sobre o papel que desempenham na perpetuação desses padrões de beleza irrealistas e na monetização da infância. A colaboração de todos é fundamental para garantir que as crianças tenham a oportunidade de crescer de forma saudável, preservando sua infância e protegendo-as dos danos da adultização precoce.