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A saúde mental do cuidador | Jornada de Geriatria

“Distúrbios de Comportamento – abordagem prática do paciente e cuidador” foi o tema da apresentação da psicóloga Raíssa Silveira na XV Jornada Baiana de Geriatria e Gerontologia.

A psicóloga participou da discussão do caso clínico apresentado pela geriatra Juliana Rocha, onde a paciente apresentava distúrbios de comportamento – alucinações, delírio, esquecimento, agressividade, etc.   Foram abordadas questões relacionadas às demandas do cuidador, muitas vezes negligenciadas durante o tratamento, mas essenciais para manutenção de um ambiente saudável de cuidado para ambas as partes, o que interfere diretamente na adesão e manutenção do tratamento.

“O que chama atenção no relato é que a filha pede medicação para a mãe, com a intenção do descanso próprio, demonstrando assim uma exaustão e angústia derivada do papel de cuidadora, o que nos leva a necessidade de uma maior atenção relacionada a saúde mental dos cuidadores”, alerta a psicóloga.

CUIDANDO DO CUIDADOR

O ato de cuidar de alguém adoecido, quando se é um familiar ou mesmos profissionais da área, por vezes se mostra uma tarefa cansativa, principalmente porque a questão passa por questões físicas e psicológicas.  Nesses casos o risco de o cuidador adoecer durante o processo é grande.

“O grande desafio é inverter a direção do autocuidado e fazê-lo se reconhecer como alguém que o necessita.  Cada um trará o seu motivo particular: seja por não se autorizar ser uma pessoa que necessita de cuidado, seja por uma preocupação do olhar do outro ou por medo de se confrontar com a própria condição de adoecimento.  O papel do psicólogo, nesses casos, passa por entender o processo de cada um”, explica Raíssa Silveira.

Por mais amor que tenhamos pelo ente adoecido, o ato de cuidá-lo pode nos levar a exaustão.  Entre os indicadores de que o cuidador chegou ao seu limite no manejo do paciente estão: a fadiga constante, a diminuição da habitual capacidade de relaxar ou sentir prazer, insônia, queda da produtividade profissional, isolamento social, sintomas dolorosos, desenvolvimento de sentimentos raiva, rejeição e conformismo, atuações de superproteção e até pensamento e comportamento suicida.

“É necessário a desconstrução do ideal do “cuidador perfeito” e nos convocar a compreensão dos nossos próprios limites”, finaliza a psicóloga.

XV JORNADA DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA

“O idoso com Demência: como enfrentar este desafio” foi o tema escolhido pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Bahia (SBGG) para a o evento que aconteceu no dia 27 de outubro, em Ondina, reunindo um grande público formado por geriatras e profissionais da saúde que atuam com o público da terceira idade.

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Núcleo da Terceira Idade Holiste

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