Em entrevista à Rádio Cidade de Jundiaí, o psicólogo e Diretor Técnico da Holiste, Ueliton Pereira, falou sobre o cuidado com a saúde mental diante do fim do isolamento social durante pandemia do novo coronavírus.
Após aproximadamente cinco meses de isolamento social a procura por atendimentos psicológicos continua aumentando, devido a diversos fatores: estresse, ansiedade, pânico, medo, entre outros.
Ueliton Pereira explica que, nesse momento, as crises de ansiedade podem ser intensificadas, e é preciso estar atento aos sinais que o corpo dá para buscar ajuda profissional:
“A procura pelos atendimentos aumentou devido às crescentes crises de pânico e medo. As pessoas têm sentido dificuldades em lidar com esse momento de retomar a normalidade da vida”, aponta o psicólogo.
Ouça à entrevista completa:
Cuidado constante
Por ainda carregar tabus, a saúde mental costuma ser deixada em segundo plano quando o assunto é cuidar do corpo. A ideia de que mente e corpo seriam estruturas dissociadas faz com que as pessoas tratem as duas coisas de maneiras distintas, quando na verdade estão intimamente conectadas e merecem igual atenção e cuidado.
“Ainda tem muito tabu, e ela (a saúde mental) sempre foi deixada de lado. Mas, se a gente subestima, ela se manifesta com sintomas físicos no corpo, porque o que não conseguimos colocar na ordem da fala, aparece na ordem do corpo… é uma situação que traz muito sofrimento na vida”, afirma Ueliton.
Estar atento aos sintomas é fundamental para entender quando uma ansiedade deixa de ser um sentimento natural e se configura enquanto transtorno. Quando o indivíduo percebe que atividades que ele fazia de forma tranquila começam a gerar alguma inquietação, interferindo no sono, são sinais de que alguma coisa está errada e merece cuidado.
Apoio familiar
Neste momento, o apoio familiar é imprescindível. A família é quem está mais próxima do indivíduo e pode perceber mudanças sutis de comportamento. Por isso, ela precisa estar inserida em todo o processo de recuperação do paciente.
“É a família quem vê como as coisas estão acontecendo. O familiar está no papel de oferecer a mão para mostrar ao outro que ele precisa de ajuda e não colocá-lo para baixo”, finaliza Ueliton.