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SAÚDE MENTAL NA INFÂNCIA E JUVENTUDE | NA PONTA DO LÁPIS

saude mental na infância e juventude

Infância e juventude são dois períodos repleto de grandes transformações corporais e comportamentais. Cuidar da saúde mental, nessa fase, é fundamental para uma futura vida adulta equilibrada.

  O aumento da produção de hormônios, bem como a formação da subjetividade e personalidade do indivíduo são fatores que podem levar a grandes alterações do comportamento, que são naturais e consideradas normais desse momento da vida.

Contudo, se além dessas consequências naturais do desenvolvimento a criança ou jovem estiver apresentando algum sofrimento mais intenso, prejuízos na sua vida social ou escolar, esse é o momento de consultar um especialista para avaliar o caso.

 
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POR QUÊ É MAIS DIFÍCIL DIAGNÓSTICAR UMA CRIANÇA OU JOVEM?

Como ainda não desenvolveram toda a sua maturidade, a sua capacidade de identificar que algo de errado está acontecendo consigo e expressar verbalmente o seu sofrimento, é muito difícil que a criança ou jovem informem a familiares e amigo que algo não vai bem.

Como a infância e a adolescência são fases que naturalmente trazem mudanças comportamentais, pais, amigos e responsáveis também têm dificuldades em identificar se determinados comportamentos estão saindo da normalidade. Geralmente, quando a família decide intervir o quadro já chegou em um estágio mais avançado, o que pode dificultar o tratamento.

O interessante é que, percebendo problemas de rendimento escolar, de relacionamento social ou de comportamentos nocivos (abuso de drogas, comportamentos delinquentes, etc.), a família busque a avaliação de um profissional, psiquiatra ou psicólogo, para avaliar o caso.

 

QUAIS OS TRANSTORNOS MAIS PRESENTES NESSE PÚBLICO?

Os transtornos mais comuns são déficit de atenção, hiperatividade, autismo e abuso de drogas. Contudo, essa prevalência se dá pelo fato de que os sintomas ligados a estes transtornos são mais facilmente percebidos pelos pais, que então encaminham seus filhos para o atendimento especializado.

Qualquer transtorno mental presente em adultos pode ser manifestado durante a infância e a juventude. Percebê-lo e trata-lo, ainda nessa fase, faz muita diferença para que crises graves não ocorram quando o indivíduo estiver na fase adulta: “Quanto mais cedo você inicia o tratamento do transtorno mental, menos danos ele vai causar. Isso se deve à plasticidade do cérebro de crianças e jovens, que ainda está em fase de formação” – afirma o psiquiatra Mateus Freire.

A massificação dos diagnósticos de déficit de atenção e hiperatividade também pode levar a diagnósticos incorretos que prejudicam a criança: “Crianças muito agitadas às vezes podem ser erroneamente taxadas como hiperativas. Numa determinada fase da criança, ela quer experimentar tudo ao seu redor. Ela não se senta e nem se alimenta com calma, porque naquele momento a brincadeira é mais interessante pra ela, e isso é normal” – afirma Itatiara Xavier, terapeuta ocupacional.
 

QUAIS AS FORMAS DE TRATAMENTO?

Cada transtorno e cada indivíduo vai demandar uma forma de tratamento específica, pois é preciso considerar fatores ambientais, familiares e da própria subjetividade da criança ou jovem. Mas, é consenso que uma abordagem multidisciplinar, que disponibilize ferramentas de expressão, olhares e escutas diferenciadas para essa criança, tem maior chance de identificar o problema com rapidez e estabelecer um vínculo terapêutico mais consistente, gerando resultados em curto e médio prazo.

“Existem formas distintas da manifestação da angústia e do sofrimento, desde comportamentos como agressividade, ansiedade e isolamento, até transtorno mais severos” – afirma a psicóloga Daniela Araújo. Portanto, o que vai determinar a melhor forma de tratamento é o caso a caso.

Geralmente, o tratamento de crianças e adolescentes é ambulatorial, envolvendo pais e responsáveis. Mas, a internação psiquiátrica pode ser necessária para tratar de casos mais graves, como em quadros que envolvem tentativas de suicídio, por exemplo.

 

EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

O tratamento em saúde mental quase sempre demanda uma equipe multidisciplinar, que vai trabalhar aspectos diferentes do paciente e contribuir para o restabelecimento de sua saúde mental como um todo.

Com crianças e jovens, o papel da equipe multidisciplinar é ainda mais importante. Uma criança autista, por exemplo, geralmente tem dificuldade de se expressar verbalmente. Nesse caso, uma psicopedagoga, uma musicoterapeuta ou arteterapeuta vão utilizar outras ferramentas, que não a fala, para acessar esse sofrimento e desenvolver o tratamento. É assim que funciona o Núcleo Infantojuvenil da Holiste, uma equipe especializada no atendimento de crianças e jovens que conta, inclusive, com uma estrutura de consultórios equipada exclusivamente para o atendimento desse público.

“A primeira fase do trabalho é entender o que está acontecendo, depois vem o encaminhamento adequado. Se é uma questão da área das emoções e do comportamento, entra o psicólogo. Se estiver relacionado ao aprendizado, é indicado um psicopedagogo. Se é algo que pode ser aliviado com a música ou a arte, por exemplo, se encaminha para um musicoterapeuta ou arteterapeuta. Se tem a ver com tarefas do dia-a-dia, uma terapeuta ocupacional. E se são problemas na fala, uma fonoaudióloga” – finaliza a psicopedagoga e musicoterapeuta, Nadja Pinho.