A Eletroconvulsoterapia, ou ECT, é uma das mais tradicionais terapias de neuroestimulação e continua sendo muito utilizada em todo o mundo.
É considerada, pela grande maioria dos psiquiatras, a terapia biológica de maior resolutividade na saúde mental, em especial para as depressões graves e psicoses refratárias às medicações.
A ECT apresenta uma rápida resposta terapêutica, o que a torna altamente recomendada para pacientes com risco de suicídio, negativismo intenso e catatonia, além dos casos de psicoses que podem oferecer risco a terceiros.
Para maior segurança e conforto do paciente, o tratamento é feito sob anestesia geral. Ao contrário do que acredita o senso comum, o procedimento não é doloroso, e a anestesia tem o papel de promover o relaxamento muscular, evitando espasmos mais fortes durante a aplicação.
O tratamento consiste na indução de uma convulsão controlada, com duração média de 25 segundos, monitorada por eletroencefalograma, eletrocardiograma e oximetria. Para isso, o paciente é estimulado com uma corrente elétrica de pulso breve ou ultra breve, controlada por computador, com duração de 5 a 7 segundos. O número de sessões necessárias varia conforme o caso e é definido pelo psiquiatra, levando em consideração a resposta do paciente às aplicações.
As sessões podem ser feitas com o paciente internado ou ambulatorialmente. Todo o procedimento dura em torno de 40 minutos, com a liberação do paciente alguns instantes após a sessão.
No Brasil, a ECT é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina que, na sua resolução n. 1.640/2002, artigo oitavo, contraindica o uso dos antigos aparelhos de corrente elétrica helicoidal e sem controle de carga ou frequência, recomendando o uso dos modernos equipamentos eletrônicos de pulso breve.
“Com sua alta eficácia e resolutividade, a ECT salva vidas, recupera pessoas e ajuda a reconstruir famílias e carreiras profissionais. Contudo, suas indicações devem ser muito criteriosas, e o paciente avaliado caso a caso” – conclui o Dr. Luiz Fernando Pedroso.
Procedimentos preparatórios de uma sessão de Eletroconvulsoterapia (ECT)
Para se submeter à ECT é necessário que, além da indicação do psiquiatra, o paciente passe por uma avaliação clínica do seu estado geral, com a realização de exames de sangue, avaliação cardiológica, consulta pré-anestésica e outros procedimentos que, a depender do caso, podem ser solicitados pelos médicos.
Antes de cada aplicação, o paciente deve se manter em JEJUM absoluto de 8 (oito) horas (alimentos sólidos e líquidos, incluindo água). As medicações de uso contínuo devem ser mantidas (pressão alta, diabetes, etc), administradas com pouca água, no máximo até 2h antes do início da sessão. Um responsável legal (familiar ou adulto capaz) deve acompanhar o paciente durante o procedimento, desde o momento de sua chegada até a sua liberação. Não é aconselhável que o paciente conduza veículos imediatamente após a realização da sessão.
Principais Indicações do Eletroconvulsoterapia (ECT)
As principais indicações da ECT são:
- Transtornos depressivos graves;
- Quadros psicóticos acompanhados de delírios e alucinações;
- Mania e seus subtipos: mania, mania psicótica e hipomania;
- Esquizofrenia e outras psicoses funcionais resistentes ao uso de antipsicóticos.
O tratamento também é indicado quando se faz necessária uma rápida resposta aos sintomas, como nos casos com ameaça de suicídio ou quando o paciente coloca em risco direto sua vida ou de outras pessoas (desnutrição, sintomas catatônicos, sintomas psicóticos).
Há, ainda, indicação para pacientes que demandam cuidados diferenciados, como idosos, gestantes, lactantes, pacientes refratários aos medicamentos psiquiátricos, etc.
Thymatron System IV
Na Holiste, utilizamos um dos aparelhos de ECT mais modernos do mundo, o Thymatron System IV. Além de possuir controle de tempo, carga e frequência, o aparelho permite a liberação de estímulos reguláveis de pulsos breves e ultrabreves, reduzindo consideravelmente os efeitos colaterais do tratamento.