Para muitas pessoas, a solidão pode ser encarada como uma experiência negativa. Mas, para outras, esse processo pode ajudar no crescimento pessoal. A psicóloga Caroline Severo e a psiquiatra Livia Castelo Branco abordaram o tema em uma reportagem do Jornal Correio.
“Existe uma diferença entre solitude e solidão. A primeira é encarda como uma glória, um reencontro consigo mesmo. A segunda, como uma dor”, explica a Dra. Livia Castelo Branco.
A SUBJETIVIDADE E A INDIVIDUALIDADE
A solidão é um processo que diz respeito ao indivíduo, cabendo a cada um pontuar onde o sentimento é bom ou ruim.
“A solidão é um processo de subjetivação. Tanto a solidão quanto a presença são importantes em momentos distintos, mas, para que ambos tenham significado e sentido, é necessário que se conscientize e que cada um reinvente as formas de se relacionar nesse mundo em transformação”, esclarece a psicóloga Caroline Severo.
A questões ligadas as mudanças na sociedade e comportamento influenciam e relativizam a intimidade ou o isolamento.
Nos dias de hoje, houve uma mudança significativa na sociedade e o advento das redes sociais reduziu a sensação de solidão, no entanto, criou um outro tipo de relação, onde até as ligações telefônicas são encaradas como algo muito íntimo”, questiona a psiquiatra Livia Castelo Branco.
EPIDEMIA DE SOLIDÃO?
Um relatório apresentado no começo de 2018, no Reino Unido, chamou atenção para o fato de que a solidão pode ser tão prejudicial à saúde quanto fumar 15 cigarros por dia. Nesse país, a solidão costuma estar associada a doenças cardiovasculares, demência, depressão e ansiedade.
A reação do governo foi criar uma secretária de Estado para medir a solidão e financiar projetos coletivos que trabalhem a integração entre as pessoas.