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TECNOLOGIA E RELACIONAMENTO INTERPESSOAL ENTRE JOVENS

Tecnologia e relacionamento interpessoal

Em palestra realizada no Colégio Militar de Salvador, Daniela Araújo, psicóloga do Núcleo Infantojuvenil da Holiste, abordou a influência das novas tecnologias no relacionamento interpessoal de crianças e adolescentes.

 
O uso intenso de smartphones e redes sociais vem preocupando, cada vez mais, pais e professores. O tempo de exposição de crianças e jovens a essas ferramentas, que cresce a cada dia, gera dúvidas sobre os limites do uso das mesmas. Com o intuito de debater essas questões junto aos seus alunos, o Colégio Militar de Salvador, em parceria com a Holiste, promoveu a palestra “Tecnologia e Relacionamento Interpessoal”, com o intuito discutir essas questões com seus alunos.
 

TECNOLOGIA: VILÃ OU ALIADA?

Eletrônicos. Essa é a primeira coisa que lhe vem à mente quando se fala em tecnologia, certo? Porém, tudo que nos cerca é fruto de alguma tecnologia, podendo ser moderna ou não. A cadeira em que sentamos, a roupa que vestimos, o leite longa vida que bebemos, enfim, tudo passa por alguma inovação tecnológica.

Com as novas tecnologias da informática e da comunicação não é diferente. Essas inovações servem para facilitar as nossas vidas, para executar tarefas que, sem elas, seriam muito mais difíceis de serem realizadas. Smartphones, por exemplo, permitem que possamos acessar qualquer informação em segundos, comunicarmos com parentes distantes ou mesmo pagar uma conta pelo aplicativo do internet bank.

“O problema não está na tecnologia, mas do uso que fazemos dela. É impensável, hoje, que um adolescente não utilize a internet para fazer a pesquisa de um trabalho escolar, por exemplo. Da mesma forma, o uso exacerbado dessas ferramentas pode trazer prejuízos ao jovem, na medida em que o tempo gasto no uso passa a substituir sua participação em atividades importantes para o seu desenvolvimento, como a prática de esportes, as brincadeiras presenciais com amigos, o estudo e, em casos extremos de abuso na utilização de tecnologias, alguns jovens deixam de fazer atividade essenciais como se alimentar ou tomar banho. Portanto, o problema parece não residir na tecnologia, mas do uso que fazemos dela” – afirma a especialista.
 

RELACIONAMENTO INTERPESSOAL: EXISTE UM MODELO CERTO OU ERRADO?

Talvez o ponto mais debatido, nessa reflexão sobre o uso das tecnologias, seja a utilização das redes sociais. Facebook, Twitter, WhatsApp, Instagram, Tinder, é uma verdadeira infinidade de ferramentas disponíveis para estreitar a relação entre as pessoas. Mas, será que essas ferramentas estão nos aproximando ou nos afastando cada vez mais?

A superficialidade das curtidas, compartilhamentos e comentários das redes colocam em cheque o quão relevante essas relações são nas vidas dos jovens, qual o ganho real em ter milhares de seguidores, ser visto por centenas de pessoas e fazer “sucesso” nas redes. Novamente, Daniela afirma que o limite entre benefício e dano está no uso que se faz dessas ferramentas, naquilo que se espera como retorno dessa interação digital:

“Hoje, praticamente todo mundo está nas redes sociais. Privar o jovem de acessar essas ferramentas não parece ser a melhor solução. O ambiente virtual faz parte das relações humanas contemporâneas. Agora, se a criança ou adolescente passa mais tempo no mundo virtual do que se relacionando presencialmente com outras pessoas, talvez seja o momento dos pais intervirem.

Essa intervenção pode se dá de várias maneiras: limitar o tempo de acesso, preencher o horário dessa criança com outras atividades (um esporte, uma aula de música, etc.), os pais ficarem menos tempo nos aparelhos para dar o exemplo, incentivar a leitura, tudo isso pode trazer mais equilíbrio no uso das redes sociais.
 

O QUE FAZER QUANDO O USO DA TECNOLOGIA TRAZ DANOS MAIS SÉRIOS?

Se o jovem já não consegue cumprir suas obrigações escolares, não participa de eventos sociais presenciais, não se interessa por outras atividades que não envolvam o ambiente virtual e os videogames, com prejuízos para sua relação sociofamiliar e para seu desenvolvimento, a família deve considerar buscar ajuda especializada. Quando os casos apresentam essas características, o jovem pode ter desenvolvido um quadro de compulsão pela tecnologia.

“Nesses casos, o acompanhamento de um especialista é fundamental, tanto para ajudar o jovem como para dar o suporte à família. A família pode procurar um psicólogo psiquiatra para verificar o diagnóstico. Durante o tratamento, outros profissionais podem se juntar ao trabalho, como um psicopedagogo. A forma de abordagem vai depender do diagnóstico de cada caso” – finaliza a psicóloga.
 

FALANDO SOBRE SAÚDE MENTAL

Essa ação faz parte do projeto Falando Sobre Saúde Mental, que tem o objetivo de levar informação sobre saúde mental para empresas, escolas, instituições públicas e outras instituições, reduzindo o estigma que existe em torno do tema. Nossa equipe multidisciplinar realiza palestras, mesas redondas, oficinas e capacitações relacionadas às doenças mentais, suas características, causas, tratamento e formas de prevenção.