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Transtornos mentais em mulheres com câncer de mama | Entrevista Dra. Livia Castelo Branco

Entrevista Dra. Livia Castelo Branco sobre Transtornos Mentais em pacientes com câncer de mama

Dra. Livia Castelo Branco fala sobre os transtornos mentais que acometem pacientes com câncer de mama em entrevista à rádio Popular FM.

 

Mulheres que sofrem com câncer de mama podem apresentar sintomas depressivos em mais de 60% dos casos e transtornos de ansiedade em torno de 50%. A detecção e o tratamento destes transtornos mentais, nesta população, são de fundamental importância, pois sintomas depressivos e ansiosos podem interferir de maneira significativa no tratamento da condição clínica do câncer.

Segundo a psiquiatra, o diagnóstico e demais fatores que envolvem a doença interferem no psicológico do paciente. “A questão da mudança de rotina e do diagnóstico mexem muito com a pessoa, o tratamento e, inclusive, a própria doença. O câncer libera toxinas e substâncias inflamatórias que também aumentam o risco de a pessoa desenvolver quadros depressivos. Ou seja, existe uma parte reativa, psicológica, e uma parte física do próprio câncer que podem causar esses sintomas depressivos. Além disso, em alguns casos, a medicação do tratamento também pode provocar esse tipo de sintoma”.

Transtornos mentais envolvidos

Pacientes com câncer de mama passam por vários níveis de estresse e angústia emocional diante de temas como o medo da morte, a interrupção de planos futuros, as mudanças físicas e psíquicas, as mudanças no papel social e do estilo de vida, sexualidade, autoestima, bem como preocupações financeiras.

“A dificuldade em lidar com o diagnóstico, a ansiedade em saber como vai ser a vida daqui para frente, como irão ficar trabalho e filhos, a percepção da família em relação à doença, e até a questão da autoestima, de como ela irá se enxergar diante de uma possível perda da mama, são questionamentos que trazem à tona esses sintomas ansiosos e depressivos”.

Dra. Livia comenta ainda que algumas mulheres podem vir a desencadear o chamado Estresse Pós-Traumático. “Depois de um evento traumático, uma situação ameaçadora à vida, a pessoa começa a se esquivar, para de sair de casa, passa a ter pensamentos recorrentes relacionados a este evento e muitas vezes deixa de ter uma rotina e vida social, causando um prejuízo funcional muito grande”.

Suporte social e familiar são essenciais

O suporte social e o familiar são essenciais no tratamento de todos os cânceres e, principalmente, no tratamento dos transtornos mentais. “A pessoa se sente desamparada, se sente sozinha e com muito medo. Então, às vezes só de ela saber que tem uma outra pessoa ao lado, com quem ela pode contar, desabafar e dar um suporte para ela, já tranquiliza e ajuda bastante”.

A psiquiatra chama atenção para outro papel que a família e amigos devem assumir. “Observar que estes sintomas estão acontecendo e que a pessoa está sofrendo, pois muitas vezes o paciente está tão mal que não consegue enxergar que precisa de ajuda. Ou seja, é papel da família pontuar para o paciente o que está acontecendo e marcar um psicólogo ou um psiquiatra, caso seja necessário. Tudo isso contribui muito e facilita a adesão ao tratamento”.

Câncer de mama e o diagnóstico precoce

O câncer de mama é o que mais atinge as mulheres no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). São cerca de mais de 57 mil novos casos estimados em 2015 e considera-se que a idade ainda é um dos principais fatores de risco: quatro em cada cinco pacientes têm mais de 50 anos.

Estima-se que 80% dos tumores são descobertos pela própria mulher ao apalpar suas mamas, porém deve ser ressaltado que a realização do autoexame não é suficiente para confirmação do diagnóstico e outros exames devem ser realizados com orientação de um profissional.

Outubro Rosa

O Outubro Rosa é um movimento internacional com o objetivo de chamar a atenção da sociedade em relação à prevenção do câncer de mama, ressaltando a importância da realização do diagnóstico precoce. Os casos de câncer detectados precocemente têm 95% de chance de cura, por mais este motivo, a Holiste apoia esta causa e incentiva a realização do autoexame frequentemente.

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