Nesse período, as pessoas costumam fazer um balanço do que foi realizado ao longo do ano. Objetivos não alcançados, lutos e perdas podem despertar o sentimento de tristeza.
Além do balanço anual do que foi realizado, esse é um momento de transição, de fechamento de um ciclo para abertura de um novo, ainda desconhecido. Essa incerteza em relação ao que está por vir também pode causar angustia e sofrimento no indivíduo, acarretando em um quadro de melancolia que pode ser passageiro, de intensidade leve, ou se transformar em algum distúrbio mais sério, necessitando de auxílio profissional.
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TRISTEZA X DEPRESSÃO
O primeiro cuidado ao abordar o tema é definir a diferença entre tristeza e depressão. Com a chegada das festas de fim de ano, seja o Natal ou o Reveillon, é comum que as pessoas se recordem de seus entes queridos que já se foram, amigos, pois essas são festividades tradicionalmente familiares. Essa tristeza pontual, relacionada especificamente a esse período, é muito natural, tendendo a passar normalmente sem merecer grande atenção do indivíduo.
“É muito comum, principalmente nas famílias que estão esfaceladas por algum motivo. Se teve uma briga muito intensa, se teve uma perda de parente, esse tipo de coisa. Porque o Natal lembra a família, então pode trazer muitas lembranças negativas quando se perde isso” – avalia Lívia Castelo Branco, psiquiatra da Holiste.
Contudo, quando esse episódio de tristeza é muito intenso ou se arrasta por um período de tempo que extrapola as festividades, pode ser que exista algum quadro transtorno mental estabelecido, geralmente uma depressão. Independente da causa, se o transtorno surgiu ou não em decorrência do período, casos que apresentam sofrimento intenso e duradouro demandam assistência profissional especializada.
“Observar, em seus familiares, se existe uma mudança de comportamento: se essa pessoa está mais isolada, se essa pessoa está mais triste, se ela tá mais irritada, se ela tá explodindo com facilidade, se tá causando prejuízo na vida dela, no trabalho, nas relações.
Então, essas pessoas que notam nos familiares essas diferenças, devem orientar o seu familiar a procurar ajuda” – pontua a psiquiatra.
AJUDA ESPECIALIZADA
É importante que, caso os familiares identifiquem uma possível depressão, um especialista seja consultado. Muitas pessoas, até por boa vontade, tentam ajudar pessoas com depressão através de frases motivacionais, lições de moral ou por outros tipos de incentivo, mas essa não é a conduta mais indicada. Esse tipo de mobilização pode causar uma sensação incapacitante no indivíduo, agravando o quadro.
Segundo Cláudio Melo, psicólogo da Holiste, um indivíduo acometido por uma depressão mais severa necessita de cuidado especializado, de uma abordagem profissional que, na maioria dos casos, irá envolver o uso de medicações e outras abordagens terapêuticas.
“O ideal é a procura de um profissional especializado para que ele oriente qual é a conduta mais correta, como tratar isso” – finaliza o psicólogo.