Em entrevista à Band News, a psiquiatra Paula Dione fala sobre situações de violência durante a quarentena.
Na última semana, o caso de uma mulher agredida e expulsa de um ônibus na capital baiana (por estar sem máscara) levantou o debate sobre como o período de quarentena tem afetado a saúde mental das pessoas.
Além do estresse, o medo é um dos fatores que podem provocar essas reações extremas. De acordo com a psiquiatra Paula Dione, agir com agressividade só piora o atual estado em que vivemos:
“Nada justifica a agressividade, mas é uma situação em que as pessoas já estão no limite. As pessoas acabam infligindo essa tensão e o caos, e acaba com essa situação lamentável”, destaca a psiquiatra.
Confira a entrevista:
Individual x coletivo
Diante deste caso, a psiquiatra afirma que cabe discutir até que ponto as crenças individuais podem se sobrepor ao coletivo. Ela pontua a necessidade da reflexão sobre o limite do direito individual versus o coletivo.
“As pessoas simplesmente agem no automático, conforme o que acreditam, sem refletir, o que culmina nessa situação de um agredindo o outro, entrando pelo direito do outro, sem respeitar”, afirma Paula Dione.
Mantendo o equilíbrio
Embora necessário, o confinamento pela pandemia da Covid-19 fez dispararem os casos de estresse e ansiedade, uma dupla que pode causar muitos males à saúde mental. Paula explica que é preciso estar atento aos sinais para evitar o desequilíbrio emocional, o que pode causar situações como a vivenciada nesta semana.
“Vale prevenir, manter a calma, evitar situações de conflito e, inclusive, a utilização de coisas que possam alterar seu estado de consciência, como álcool ou outra substância. Isso pode dar maior margem a impulsos e selvageria”, finaliza a psiquiatra.