O suicídio é considerado um problema de saúde pública em todo mundo. No Brasil, estima-se que ocorra uma morte por suicídio a cada 45 minutos. Na Bahia, registrou-se mais de um suicídio por dia em 2016. Essa é uma verdadeira “epidemia silenciosa”, já que falar sobre o assunto é um verdadeiro tabu.
Aumentar a discussão em torno do tema se faz necessário para ajudar a diminuir esses números. “A prevenção do suicídio” é o tema do Encontros Holiste com a psicóloga Ethel Poll e a psiquiatra Fabiana Nery.
O evento acontece no dia 12 de setembro (quarta), às 19h, no auditório da Holiste. O Encontros Holiste é um evento gratuito, voltado para familiares e cuidadores de pessoas com transtornos mentais, com o objetivo de esclarecer pontos importantes sobre cuidados em saúde mental.
A DOR DE EXISTIR
Existem muitos equívocos e preconceitos em torno do tema. O senso comum tende a avaliar o suicídio de forma simplista, considerando-o uma expressão do livre arbítrio, uma fraqueza de caráter.
O suicídio é um tema muito complexo, que foge a essas determinações simplistas, sendo alvo de estudos de diversas abordagens, mas que compartilham uma visão em comum: na grande maioria dos casos, o ato suicida é motivado por um quadro patológico de grande sofrimento. A psicóloga Ethel Poll irá tratar sobre o sofrimento na palestra “A DOR DE EXISTIR”.
“O suicídio é um ato radical, no qual o sujeito atenta contra a própria vida e decreta uma ruptura definitiva com aquilo que o está fazendo sofrer. É importante entender que este ato é, na maioria das vezes, a única possibilidade que o sujeito encontra para dar fim a dor da sua própria existência.
É chegada a hora de falarmos abertamente sobre este tema, dialogando de forma responsável sobre porque a morte se torna a única saída para um sujeito”, explica a psicóloga.
PRECISAMOS FALAR SOBRE ISSO
O comportamento suicida é um fenômeno complexo, que dificilmente é causado por um só fator. Porém, estima-se que em quase 90% dos casos de suicídio existe um diagnóstico de doença mental ou de uso abusivo de substâncias psicoativas.
“O suicídio geralmente é o desfecho trágico de doenças psiquiátricas em estágio grave, como transtornos afetivos (depressão e transtorno bipolar), transtornos psicóticos e alcoolismo. Identificar, avaliar e manejar pacientes suicidas é uma importante tarefa do psiquiatra, que tem um papel fundamental na prevenção do suicídio. Não é fácil perguntar aos pacientes sobre suas ideias suicidas, porém é uma atitude essencial na prevenção”, destaca a Dra. Fabiana Nery.
“PRECISAMOS FALAR SOBRE ISSO” é o tema da palestra da psiquiatra Fabiana Nery, que irá apontar os fatores biológicos do ato suicida e destacar a atitudes adequadas para a prevenção do ato.
ASSISTA AO VÍDEO: ENTENDENDO O SUICÍDIO