Na primeira edição do “Falando sobre Sexualidade”, a psiquiatra Paula Dione abordou as atuais demandas da masculinidade e conflitos da sexualidade masculina.
A masculinidade é cercada de tabus e preconceitos. Todavia, muito se discute sobre as práticas e normas impostas aos homens pela sociedade, estruturas simbólicas que prejudicam o autocuidado masculino chegando até à negligência com a própria saúde física e mental.
Em sua fala, Paula Dione destaca que, a partir da década de 60, cientistas começaram a estudar o que diferenciaria ou destacaria o homem da mulher.
“A definição é dada por fatores biológicos, construção da identidade de gênero. É uma questão de pertencimento, como o indivíduo se identifica ou a que grupo ele pertence”, afirma a psiquiatra.
Assista à palestra:
Masculinidade tradicional
A imagem do homem construída pelo patriarcado traz a força física, a potência e o autocontrole como características preponderantes daquilo que se considera “ser homem”. Assim sendo, tudo que fuja desse esquema é considerado feminino.
Paula explica que “se definia o homem a partir do que era uma mulher. Ser homem é não dar chilique, não ser fraco – só que as mulheres começaram a atingir novos espaços”, assim sendo essa definição do que é ser homem começou a ser posta em cheque.
Padrões masculinos | Menos estereótipos
Por séculos, os homens foram educados a renegar socialmente aquilo que pertence ao feminino, envoltos em uma masculinidade hegemônica que compreende o seu domínio sobre as mulheres.
A psiquiatra destacou os padrões determinantes daquilo que a masculinidade. Como o esforço que o homem faz para perpetuar sua imagem viril, bem como a necessidade de esconder seus sentimentos para não se mostrar vulnerável. Além disso, ter aparência heterossexual e participar de um ciclo de brincadeiras agressivas, sejam elas verbais ou físicas, principalmente com outros homens.