Por trás do nome esquizofrenia se agrupam construções diagnósticas diferentes e que podem expressar-se nos mais variados graus de intensidade.
O protótipo original do surto psicótico esquizofrênico é o delírio, mas pode haver esquizofrenias sem delírios. Na ocorrência do delírio, o indivíduo rompe momentaneamente ou permanentemente com a noção de realidade (juízo de realidade) e passa a crer em algo que não está acontecendo, mesmo quando lhe são mostrados argumentos contundentes em contrário.
Outro indicador marcante e presente na maior parte das esquizofrenias é a diminuição temporária ou permanente da capacidade do indivíduo de manter sua rede de relações sociais e suas habilidades profissionais.
Quase sempre é observado também um empobrecimento da flexibilidade expressiva e da articulação do pensamento, bem como a redução da capacidade de autocontrole sobre suas respostas aos estímulos ambientais. Isso torna o indivíduo mais inadequado e fragilizado socialmente, mas não necessariamente incapaz de manter relações interpessoais e de se habilitar ao exercício de uma profissão.
Saiba mais
Delírio: crença absoluta obtida através de um falso julgamento da realidade, não se modifica mesmo com argumentos contundentes.
Alucinações: sensação e percepção de estímulos nítidos que não são desencadeados por objetos existentes.
Discurso desorganizado: reflexo de um pensamento desorganizado no qual há uma perda parcial ou total do significado dos conceitos e de sua capacidade de concatená-los.
Comportamento desorganizado ou catatônico: perda do pragmatismo da atividade motora do indivíduo, que também pode estar cessada ou pouco reativa aos estímulos do ambiente.
Sintomas negativos, embotamento afetivo e abulia: empobrecimento da expressão dos afetos, da produtividade do pensamento e do discurso, e da atividade motora.