Em entrevista ao programa Band Mulher, a psicopedagoga Nadja Pinho falou sobre o uso de jogos como instrumento pedagógico, e de como o excesso pode ser um sinal de dependência.
O uso excessivo de jogos passou a ser visto como um problema de saúde mental pela Organização Mundial de Saúde. A agência internacional alerta que a compulsão por jogos eletrônicos é um padrão de comportamento recorrente nos últimos anos, principalmente entre o público jovem.
De acordo com a psicopedagoga Nadja Pinho, apesar disso, os jogos proporcionam um momento de diversão e descontração, além da possibilidade de serem usados como instrumentos para melhoria do raciocínio lógico, por exemplo.
“Podemos utilizar os jogos como recursos psicopedagógicos ou mesmo na musicoterapia. É importante saber que os jogos não são os vilões! Agora, se os meninos ficam na frente de uma tela 24h, a gente se questiona: o problema são as crianças, o jogo ou quem permite?”, questiona Nadja.
Veja a entrevista:
Sinais de alerta
O uso em excesso das tecnologias pode causar dificuldades na socialização e na aprendizagem infantojuvenil. Nadja aponta que alguns jovens não conseguem socializar fisicamente, embora digitalmente tenham uma enorme rede de contatos.
A psicopedagoga ainda destaca a importância da intervenção dos responsáveis nesse processo de desenvolvimento.
“É preciso que haja um limite no tempo de utilização desse jogo, em como ele pode ser utilizado, qual a faixa etária indicada…. É importante pensar que a dependência tecnológica não é ao próprio objeto, mas a falta do limite no uso desse objeto”, aponta a psicopedagoga.
Games violentos e sua influência
O efeito dos jogos violentos no comportamento de crianças é um assunto que está sempre em discussão. Estudos recentes da Universidade de Oxford não encontraram nenhuma ligação entre o aumento de comportamentos agressivos e o envolvimento com games, mesmo os violentos.
Nadja explica que o uso demasiado pode influenciar algumas estruturas psicológicas, e que tudo é uma questão de supervisão dos pais.
“É preciso ter a supervisão dos pais pra ver se a criança está mais agitada, se determinada tela gera algum efeito nela, até a luminosidade pode influenciar o sistema neurológico. Então a questão é supervisionar, explicar e conversar com a criança ou adolescente”, conclui Nadja Pinho.