Outubro é o mês mundial de combate ao câncer de mama. O que poucas pessoas sabem é que 70% das mulheres diagnosticadas com a doença podem desenvolver depressão.
O dado vem de um estudo realizado com mulheres do Rio Grande do Sul que foram acompanhadas durante o tratamento do câncer. Seguindo a campanha do Outubro Rosa, Dra. Lívia Castelo Branco, psiquiatra da Holiste, falou sobre o assunto à Rede CNT.
Assista a matéria completa:
CARACTERÍSTICAS E PREVENÇÃO
O câncer de mama ainda é o mais comum entre as mulheres de todo o mundo. Só este ano, segundo o INCA, serão diagnosticados mais 57 mil novos casos da doença. Campanhas de prevenção como o Outubro Rosa são extremamente importantes por um fator determinante: elas realmente salvam vidas. Cerca de 66% detecções da doença são realizadas pelas próprias pacientes, através do autoexame, dados do próprio INCA.
A detecção precoce da doença é fundamental para aumentar as chances de sucesso do tratamento. Aconselha-se que a partir dos 35 anos todas as mulheres devem realizar o autoexame uma vez por mês. Após os 40, recomenda-se a realização da mamografia uma vez a cada ano como método de prevenção, uma vez que o método tem uma eficácia de 75%. Além destes dois métodos, um ultrassom da mama pode ser realizado.
Apesar de incomum, o câncer de mama também pode acometer os homens. Contudo, eles representam apenas 1% dos casos. Contudo, nos casos onde o indivíduo apresenta alguns sintomas como dor na mama, vermelhidão, prurido, desconforto ou presença de nódulos, o ideal é procurar ajuda especializada.
SAÚDE MENTAL: É PRECISO CUIDADO
Além da depressão, 50% das mulheres acometidas pelo câncer de mama podem desenvolver o Transtorno de Ansiedade. Vários fatores podem desencadear o desenvolvimento destes quadros: “Por conta de problemas físicos, pela própria ação inflamatória do câncer e pela questão adaptativa, de se acostumar com um diagnóstico novo, uma mudança de rotina, o tratamento. Muitas vezes a própria medicação traz sintomas depressivos, a falta de suporte social, principalmente em mulheres mais jovens, tudo isso aumenta o risco de depressão no câncer de mama” – afirma Dra. Lívia.
É preciso um certo cuidado para realizar o diagnóstico do quadro, uma vez que tanto os sintomas do câncer quanto características do tratamento podem confundir uma avaliação leiga. “Muitas vezes os efeitos colaterais do tratamento do câncer de mama como o cansaço, dor, sonolência ou insônia, podem ser apenas sintomas do tratamento ou podem ser sintomas depressivos. Então o importante o importante é que haja uma investigação além dos efeitos colaterais do tratamento para que a gente identifique se existe uma depressão subjacente que precise ser tratada” – avalia a psiquiatra.
O ideal é, ao serem percebidos os sintomas de uma depressão, procura a ajuda de um psiquiatra para a avaliação do caso.