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O Carnaval como ferramenta terapêutica.

Nesta segunda-feira, dia 09/02/2015, o renomado Maestro Fred Dantas e sua banda de fanfarra animaram o Baile de Carnaval do Holos Dia.

O evento contou com a participação de toda a equipe do hospital dia, pacientes e familiares, que se fantasiaram e puxaram o cortejo pelas ruas da Pituba ao som de antigas marchinhas e sucessos atuais do carnaval baiano.

“A atividade, que faz parte da programação de atividades do Holos Dia, tem a proposta de ressignificar emoções, contextualizando os nossos pacientes diante os festejos de carnaval, fazendo com que eles rememorem épocas antigas e até momentos atuais. Todos os presentes tiveram a possibilidade de se tornarem verdadeiros foliões, comemorando, participando e celebrando essa festa genuinamente popular, com muita tranquilidade e segurança”, afirma Lívia Brandão, terapeuta ocupacional do Holos Dia.

Mais do que um momento de lazer e confraternização, a atividade proporciona diversos benefícios terapêuticos aos pacientes. Os trabalhos começam muito antes do dia da festa: sessões de arteterapia e terapia ocupacional foram realizadas para a confecção das fantasias, e sessões de musicoterapia trabalharam as marchinhas de carnaval com os pacientes. Todas estas atividades se complementam no resgate de pontos importantes da reconstrução da individualidade do paciente, potencializando sua melhora e reintegração social.

Para Ueliton Pereira, psicólogo e coordenador do Holos Dia, este tipo de atividade traz um ganho enorme no processo de recuperação do paciente: “Quando o paciente enfrenta problemas de ressocialização, após passar por um período de internação ou não, atividades externas são muito importantes na recuperação do indivíduo. O contexto do carnaval, por ser uma festa muito popular e, por isso, de grande interação interpessoal, contribui para que o indivíduo se adapte novamente à vida em sociedade”.

Nadja Pinho, musicoterapeuta do Espaço Holos, foi responsável por trabalhar as marchinhas dos antigos carnavais com o núcleo de pacientes idosos da clínica. Para a especialista, o trabalho da musicoterapia, dentro deste contexto, pode trazer significativos ganhos na qualidade de vida do indivíduo: “Trabalhar as antigas marchinhas de carnaval proporciona o resgate de memórias que, muitas vezes, perdem-se durante a evolução da doença. A música pode trazer à tona diversas lembranças, situações vividas que estavam esquecidas e que, quando resgatadas, podem culminar em momentos de catarse para o indivíduo”.

 

Carnaval na Internação

Equipe Técnica do Espaço Holos prestigiando o Carnaval dos pacientes.

Equipe Técnica do Espaço Holos prestigiando o Carnaval dos pacientes.

Na internação o carnaval foi comemorado com a mesma alegria e entusiasmo. Uma banda de axé animou a festa, que também contou com a presença da equipe técnica do Espaço Holos. Os pacientes puderam, ainda, desfrutar das comidinhas típicas desta festa popular.

Renata Jones, terapeuta ocupacional do Espaço Holos, frisou a importância deste tipo de atividade: “O paciente internado, muitas vezes, se sente isolado do mundo externo. Quando realizamos a nossa festa de carnaval estabelecemos um elo entre o paciente e o mundo exterior, ampliando sua sensação de liberdade e promovendo sua qualidade de vida. Isto também serve de ajuda para que o paciente se perceba parte da sociedade, situando-o no que acontece ao seu redor e facilitando sua adaptação no momento do reingresso ao meio social”.

 

* Lívia Brandão é Terapeuta Ocupacional pela Faculdade Bahiana de Medicina e Saúde Pública.
*Ueliton Pereira é Psicólogo pelo Centro Universitário Jorge Amado e coordenador do Holos Dia
* Nadja Pinho é Mestra em Ciências da Educação e musicoterapeuta pela Universidade Católica de Salvador.
* Renata Jones é Pós-graduada em Saúde Mental pela UNEB e Terapeuta Ocupacional pela Faculdade Bahiana de Medicina e Saúde Pública.