Sedentarismo, espaços limitados e consumismo são alguns dos obstáculos ao desenvolvimento de uma infância saudável e equilibrada. O desafio dos pais é descobrir a melhor maneira de criar seus filhos com tantas imposições do mundo atual cercado de novas tecnologias e profundas mudanças de comportamento.
Em entrevista ao programa Bom Dia Bahia, da rede Record, a psicóloga da Holiste, Ethel Poll, falou sobre o comportamento infantil no século XXI e como os pais devem trabalhar a criação dos filhos. “Os adultos devem ter um cuidado especial com o desenvolvimento das crianças, pois é nesta fase da infância que se cristalizam muitos valores dos quais elas levarão para idade adulta”.
Como lidar com as novas tecnologias
A acelerada urbanização trouxe consigo dois fenômenos: a redução dos espaços e a verticalização. Como consequência, a rua deixou de ser um local para brincar e passou a ser sinal de perigo. Brincar em casa virou regra, ao invés de exceção. E, o mundo virtual acabou por ocupar esse vazio.
Segundo a psicóloga, a oferta de estímulos para crianças hoje é muito grande, principalmente ligadas a tecnologia, como games, aparelhos eletrônicos e a própria internet. O segredo é saber dosar o uso destas ferramentas e impor limites através do diálogo. “É preciso que os pais imponham limites aos filhos. Se a criança quer usar o tablet, por exemplo, deve haver um acordo de quantas horas ela pode utilizar aquele aparelho, além de estarem sempre atentos para que a criança não seja exposta a conteúdos impróprios para a idade”, comenta.
Para Ethel Poll, o surgimento das novas tecnologias não deve excluir as antigas brincadeiras e estímulos. “Criança precisa de estímulos, de brincadeiras, de criatividade, de fantasias e de todas essas vivências na infância para que aprendam através do lúdico. Além disso, os pais devem incentivar as atividades que explorem o corpo da criança para que não se tornem futuramente adultos sedentários”.
A influência do comportamento adulto
Está cada vez mais comum viralizar na internet vídeos de crianças imitando comportamentos de adultos, ou então, utilizando as redes sociais para postarem selfies. Toda esta influência, muitas vezes pelos próprios pais, pode ser muito prejudicial para o desenvolvimento infantil.
Para a psicóloga, a imitação na esfera da brincadeira é saudável. “O problema é quando a imitação sai da esfera do lúdico e passa a incorporar a problemática e complexidade do mundo dos adultos e é preciso estar atento aos reflexos deste tipo de comportamento no desenvolvimento da criança”, conclui.