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DELÍRIO EROTOMANÍACO – O CASO ANA HICKMAN

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Também conhecido como Transtorno Delirante, o Delírio Erotomaníaco pode trazer riscos tanto ao paciente quanto à pessoa que é objeto do pensamento delirante.

Recentemente, Ana Hickman, modelo e apresentadora da Rede Record, sofreu um grave atentado contra sua vida. O decorrido culminou na morte do agressor, além de sua assessora gravemente ferida por dois ferimentos por arma de fogo. O responsável pela tragédia era um homem de 30 anos, fã de Ana Hickman, que se dizia traído pela apresentadora, que afirma sequer conhecer o seu agressor, tendo contato com ele apenas através de suas redes sociais. Para comentar o fato Dr. André Gordilho e Dra. Fabiana, psiquiatras da Holiste, participaram do programa Bom Dia Bahia.

Como funciona um Transtorno delirante

O primeiro ponto a ser abordado é como se define o Delírio Erotomaníaco: “O Transtorno Delirante é quando você tem um quadro aonde o indivíduo acredita, de forma inabalável, que existe algum tipo de relação ou de sentimento entre a pessoa que é alvo daquela emoção. A gente pode chamar isso de Delírio Erotomaníaco, em geral caracterizado por uma crença inabalável, e isso é que caracteriza o delírio, de que ele é correspondido, romanticamente, de alguma maneira. Ele acredita que tem algum tipo de relação romântica com aquela pessoa, que geralmente tem um status acima do indivíduo que sofre o delírio” – afirma Dra. Fabiana Nery.

O perigo em relação ao Delírio Erotomaníaco reside na facilidade com a qual estes sentimentos podem mudar, tanto na sua intenção quanto na intensidade. “Quando você tem este delírio, você tem um descolamento, ou seja, um afastamento da realidade (…) Como é algo baseado numa fantasia, numa ilusão (não é algo real), então os sentimentos podem mudar, não só de coloração como de intensidade de uma forma muito rápida (…) e aquele sentimento, que era de amor, passa a ser de frustração, de raiva, ódio e pode se transformar, sim, em atos agressivos” – esclarece a psiquiatra.

Delírio Erotomaníaco x Psicopatia

Apesar do que possa pensar o senso comum, a erotomania não tem relação com a psicopatia. São transtornos completamente diferentes, com características bastante particulares: “A psicopatia é caracterizada como um transtorno de personalidade que envolve, principalmente, duas características – a impossibilidade de sentir culpa e a capacidade de ser empático, ou seja, de se colocar no lugar do outro (…) o indivíduo sabe exatamente o que ele está fazendo e em nenhum momento ele perde o contato com a realidade. No caso dos transtornos delirantes (como a erotomania) o que a gente tem é um descolamento da realidade, o indivíduo imagina que aquilo é real” – pontua Dra. Fabiana.

Precauções

Segundo Dr. Gordilho, alguns pontos podem ser observados e trazer indícios de que algo não está bem: “A identificação começa a ser percebida quando o comportamento passa do razoável (…) Se a vida da pessoa começa a ser pautada na vida do ídolo, já tem uma coisa, aí, que merece ser vista. Quando começam a ter mensagens mais íntimas, mensagens com conteúdo até mesmo erótico, coisas deste tipo, eu acho que o ídolo também precisa prestar atenção a isso e se cuidar”.

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