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DESAFIO DA ACEITAÇÃO

No oitavo episódio da websérie Bipolaridades, a psiquiatra Livia Castelo Branco fala sobre o desafio da aceitação do diagnóstico do Transtorno Bipolar.

Ao receber o diagnóstico do Transtorno Bipolar, é um desafio comum que os pacientes temam a necessidade do uso da medicação por toda a vida. Trata-se de uma situação delicada, que merece atenção tanto da equipe profissional, quanto da família. Além do hábito de tomar a medicação regularmente, outras rotinas são demandadas para manter a doença sob controle, uma série de mudanças que exigem o empenho do paciente.

“É uma mudança de rotina, mas é importante que o paciente se adapte. Caso contrário, ele pode ter sintomas que podem ser leves no início, mas vão se cronificando, e ao longo do tempo pode levar a um prejuízo que atrapalha a vida” – destaca a psiquiatra.

Assista ao episódio completo:

Tempo de ação e remissão dos sintomas

A tendência de um paciente com transtorno bipolar e que para de seguir o plano terapêutico por conta própria é ter crises cada vez mais fortes, em intervalos menores. Muitos pacientes focam apenas no efeito colateral do remédio e acabam pausando a medicação.

A psiquiatra explica que, muitas vezes, o medicamento ainda não gerou o efeito terapêutico esperado, justamente porque necessita de um tempo maior agindo no organismo do indivíduo.

“Por vezes dá vontade de desistir. Por isso, é muito importante conversar com o médico. Outra questão comum é quando se atinge a remissão dos sintomas; o paciente fica bem por um tempo, mas os sintomas vêm de novo. Se a pessoa para a medicação, o intervalo entre ficar bem e ter uma nova crise é cada vez menor” – explica a especialista.

Aliança terapêutica

Durante o tratamento do transtorno bipolar é necessária uma tríade de cuidados: equipe profissional, paciente e família. Livia afirma que a assistência da família é essencial no tratamento dos sintomas da bipolaridade, mas o paciente também precisa se ajudar.

Além disso, a psiquiatra aponta que nesse processo é fundamental responsabilizar o indivíduo, sobretudo alertando para os riscos que ele corre em casos de descontinuação do tratamento, como lesão cerebral, dificuldade de produtividade e desgaste nas relações sociais.

“A partir do momento que ele entende que tem uma doença, que precisa se cuidar para não ter novas crises, ele vai tomar a medicação, se observar mais no aparecimento de sintomas e procurar ajuda antes da piora. Então, a aceitação é a base de tudo”, finaliza.