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Estresse pós-traumático pode ser fator de risco para o suicídio

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Em entrevista à rádio Band News, a psiquiatra Fabiana Nery comentou sobre o suicídio de uma das sobreviventes da tragédia que aconteceu com uma lancha em Mar Grande na Ilha de Itaparica, na qual morreram 19 pessoas em 2017.

Segundo a psiquiatra, pessoas que passaram por situações extremas podem desenvolver Transtorno de Estresse Pós-traumático e o problema pode se tornar fator de risco para o suicídio. “Quando um indivíduo é exposto a uma situação de eminente risco de vida é normal que após o episódio ele apresente sintomas de tristeza e recolhimento social, porém esses sintomas não devem durar mais do que algumas semanas”.

A psiquiatra ressalta que a prevenção do suicídio está diretamente ligada com a identificação e tratamento da doença. “O especialista da área de saúde mental pode avaliar este paciente e identificar se existe sintoma de alguma doença, por exemplo um transtorno ansioso ou um transtorno de estresse pós-traumático, e tratar esta doença de forma precoce. Quando falamos de suicídio, estamos sempre falando do sintoma de uma doença que não foi tratada da forma correta”, explica.

O que caracteriza o Transtorno do Estresse Pós-traumático (TEPT)?

O TEPT é um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais em decorrência de o portador ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que, em geral, representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros.

Quando se recorda do fato, o indivíduo revive o episódio, como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento que o agente estressor provocou. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais, que atrapalham a vida funcional do indivíduo.

Fatores de vulnerabilidade e estressores

Existem alguns fatores que podem contribuir para que uma pessoa seja mais ou menos sucessível ao suicídio. Entre eles, existem aqueles chamados de vulnerabilidade, que são intrínsecos àquele indivíduo, e os estressores, que são eventos que funcionam como gatilhos para as crises. Os episódios traumáticos podem ser caracterizados como um tipo de fator estressor e por isso a importância de um acompanhamento psiquiátrico com estes indivíduos.

Dra. Fabiana alerta que é necessário ficar atento aos sinais comportamentais, principalmente após situações traumáticas. “Em muitos casos o paciente está sofrendo, sentindo sintomas como alteração do sono, alteração do apetite, as emoções ficam desequilibradas, a percepção do ambiente fica alterada. E, muitas vezes, o indivíduo não entende que aquilo é uma doença que quando diagnosticada, pode ser tratada, prevenindo assim qualquer ideação ou tentativa de suicídio”. 

ASSISTA AO VÍDEO: ENTENDENDO O SUICÍDIO