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Fim de ano: Sentimento de tristeza pode reforçar novas superações | Jornal Correio

A jornalista Carmen Vasconcelos, do jornal Correio, entrevistou o psiquiatra André Gordilho, o psicólogo Rogério Barros e a terapeuta Livia Brandão sobre o sentimento de tristeza característico das festas de fim de ano.

Fim de ano chegando e, com ele, uma série de balanços sobre o ano que passou e os planos para 2017. Não raro, essa expectativa, aliada a uma certa exigência de ser feliz no período, a pressão para estar reunido em família, gastar e presentear, mesmo em tempos de crise, termina por gerar um sentimento de tristeza.

Segundo o psiquiatra André Gordilho, da Clínica Holiste,  é um sentimento normal, especialmente nesse período onde há um misto de expectativas pelo encerramento de um ciclo e abertura de outro.

“A tristeza ou melancolia não são coisas ruins. Podem e devem ser usadas como reforço para vencer as situações que não são as desejadas pelo indivíduo”. Para ele, um dos grandes problemas percebidos neste período e na sociedade  é que as pessoas não querem mais tolerar as emoções que não são vistas de modo tão positivo. “Ninguém é feliz o tempo todo e é preciso aprender a lidar com a dificuldade para o amadurecimento pessoal”, diz o psiquiatra.

Para ele, desde que a situação não assuma contornos de depressão, é importante aproveitar o período mais reflexivo para exercitar a solidão que possibilita a reavaliação pessoal. “Pode ser um momento muito rico para repensar a vida e tomar decisões”, explica, destacando que, em tempos de redes sociais e hiperconectividade, ninguém fica só, mas que esse exercício é fundamental para a saúde mental e emocional.

 

Pequenas vitórias

A terapeuta Lívia Brandão lembra que é importante acalmar um pouco a correria do cotidiano e trocar o foco da reflexão das coisas que não se alcançou para as coisas que, efetivamente, foram conseguidas. “Vale o esforço de valorizar as pequenas conquistas, perceber a alegria de momentos simples que trazem grande satisfação, deixar de focar no que perdeu e valorizar o positivo na vida”, completa.

Para o próximo ano, ela sugere que se experimente mudar a perspectiva para a chance de renovação que o novo período traz. “Não somos iguais à pessoa que fez os planos no final do ano passado, então é importante lembrar que essa nova pessoa terá novas metas e que elas não precisam estar apoiadas em uma superperformance. As idealizações precisam estar pautadas em coisas possíveis”.

psicólogo e psicanalista Rogério Barros destaca ainda que a sociedade atual se pauta no imperativo do gozo e do prazer, esquecendo que a felicidade será obtida sempre de modo parcial.

 

Depressão

O contato com a família pode ser um disparador de crises, especialmente para aqueles que têm um histórico de depressão ou transtorno de ansiedade.  A orientação de Lívia é que as famílias e amigos procurem envolver essa pessoa nas atividades de preparação e ao longo das comemorações, inclusive, para prestar socorro quando necessário e até mesmo prevenir o suicídio.

O psiquiatra André Gordilho destaca que tristeza não tem nada a ver com depressão. “A depressão é um quadro de doença, onde a pessoa experimenta humor deprimido e perda de prazer por tudo, por um período superior a  duas semanas ”, esclarece. Ele destaca que, além desse humor deprimido, a pessoa costuma vivenciar perda de apetite, insônia, pensamentos negativos. “A depressão é uma doença e precisa de tratamento”.

Confira a matéria também no site do Jornal Correio.