– Quanto mais deprimidas, maiores as chances das pessoas desenvolverem estilo de vida pouco saudável, diz estudo.
NORUEGA – Depressão em níveis que vão de moderado a grave aumenta o risco de insuficiência cardíaca em até 40%, aponta um novo estudo norueguês que avaliou 63 mil pessoas. Os resultados foram apresentados nesta sexta-feira, no congresso médico “EuroHeartCare 2014”. O evento consiste numa reunião anual do Conselho de Enfermagem Cardiovascular e Profissões Aliadas (CCNAP, na sigla em inglês) e da Sociedade Europeia de Cardiologia.
Ms Lise Tuset Gustad, enfermeiro de cuidados intensivos do Hospital Levanger, na Noruega, e principal autor do estudo, disse que o trabalho encontrou relação entre os sintomas depressivos e o risco insuficiência cardíaca.
– Isso significa que quanto mais você se sentir deprimido, mais você está em risco. As pessoas que perdem o interesse em coisas que gostavam, como ler ou assistir a uma série de televisão, podem estar apresentando os primeiros sinais de depressão. É o momento de ir ao médico procurar algum conselho – explicou.
Os dados foram coletados durante um grande estudo chamado “Nord-Trøndelag Health Study” (HUNT study). Quase 63 mil dos 97 mil filiados do Conselho de Enfermagem Cardiovascular concordaram em participar. No levantamento, foram recolhidas informações como Índice de Massa Corporal (IMC), atividade física, tabagismo e pressão arterial.
A depressão foi avaliada e classificada por gravidade. Cada participante recebeu um número exclusivo que foi usado para acompanhar quais pacientes foram hospitalizados com insuficiência das atividades do coração durante o estudo, que durou 11 anos.
Nesse período, cerca de 1,5 mil pessoas desenvolveram o problema. As pessoas com sintomas leves de depressão tiveram um aumento de 5% da insuficiência cardíaca. Aqueles com sintomas que vão de moderados a graves tiveram um risco aumentado em 40%.
– Quanto mais deprimidas, maiores são as chances das pessoas desenvolverem um modo de vida pouco saudável. Por isso, a pesquisa avaliou fatores como a obesidade e o tabagismo – apontou Ms Lise.