- Estudo mostra como o sono influencia no mecanismo de consolidação de memória ligada à aprendizagem motora
ESTADOS UNIDOS – Você faz uma aula de piano, vai dormir e quando acorda seus dedos conseguem executar melhor aquela sequência de notas. Como o sono faz diferença? Um novo estudo ajuda a explicar o que acontece no seu cérebro durante estas horas.
– O mecanismo de consolidação de memória relacionada à aprendizagem motora era incerta – afirmou Masako Tamaki, pesquisador da Universidade de Brown e autor do estudo publicado nesta quarta-feira no “ Journal of Neuroscience”.
– Estamos tentando descobrir que parte do cérebro está fazendo o que durante o sono, independentemente do que ocorre quando se está acordado. Estamos tentando descobrir o papel específico do sono.
A pesquisa emprega três diferentes tipos de escaneamento do cérebro e consegue quantificar as mudanças de certas ondas cerebrais e a exata localização da atividade cerebral de um indivíduo dormindo depois que ele aprendeu ou treinou uma tarefa.
Os testes foram feitos no Hospital Geral de Massachusetts, EUA, e analisados pela Brown. Eles mostram que a melhora no desempenho da tarefa depois de horas de sono estava associada a mudanças nas oscilações de ondas cerebrais sigma e delta na área motora suplementar (SMA, na sigla em inglês), uma região na parte superior do cérebro. Esta mudança na onda cerebral na SMA ocorreu durante uma parte do sono conhecido como “sono de ondas lentas”.
Há uma intensa atividade do cérebro para consolidar o aprendizado, e o cérebro se beneficia do sono talvez porque a energia esteja mais disponível ou porque há menos distrações, diz a pesquisadora Yuka Sasaki, professora associada da Universidade de Brown.
– Dormir não é uma perda de tempo – afirmou.
O grau de reorganização que o cérebro realiza durante o sono é sugerido pelas funções distintas das duas oscilações de ondas cerebrais. Os autores escreveram que as oscilações delta parecem coordenar a conectividade da SMA com outras áreas do córtex, enquanto que a sigma diz respeito à SMA em si.
FONTE – O Globo
