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NOTÍCIAS - Games violentos estão relacionados a agressividade de crianças

Pesquisa acompanha hábitos de crianças e adolescentes e conclui que jogos têm efeito no comportamento. 

IOWA, EUA – Um novo estudo americano sugere que games violentos aumentam a agressividade em crianças, independentemente do envolvimento de pais e outros fatores. A pesquisa provoca polêmica, batendo de frente com trabalhos que concluem não existir tal relação.

A equipe do pesquisador Douglas A. Gentile, da Universidade do Estado de Iowa, acompanhou crianças e adolescentes de Cingapura por três anos através de entrevistas que mediam os hábitos de jogo, comportamento agressivo, cognição agressiva (como fantasias agressivas, crenças sobre agressão e motivos subsequentes de hostilidade e provocações ambíguas) e compaixão. Os pesquisadores também examinaram os efeitos em relação à idade, sexo e monitoramento parental, entre outros fatores.

Entre 3.034 crianças, o hábito de jogar games violentos foi associado ao comportamento agressivo a longo prazo, a despeito do envolvimento dos pais, idade, sexo e agressividade inicial.

“Por causa do grande número de jovens e adultos que jogam games violentos, melhorar ou entender os efeitos é uma meta de pesquisa bastante significativa que tem implicações importantes para teoria, saúde pública e estratégias de intervenção destinadas a reduzir efeitos negativos ou aumentar o potencial dos efeitos positivos”, escreveram os autores no estudo.

Resultado polêmico

O estudo reacende a polêmica sobre a influência dos videogames no comportamento das crianças. No fim de 2013, Marcelo Pesseghini, de apenas 13 anos, matou os pais, a avó e uma tia-avó na casa onde vivia, na Brasilândia, zona norte de São Paulo, e logo em seguida se matou. O jogo “Assassin’s Creed“ chegou a ser apontado na lista de fatores psicológicos que teriam levado o menino a cometer o crime.

No começo de 2013, o presidente Barack Obama entrou na discussão e pediu mais pesquisas sobre a relação entre videogames, mídia e violência. Foram garantidos US$ 10 milhões para investigar a hipótese defendida por 75% dos pais americanos, de que jogos violentos levavam a atitudes equivalentes.

Muitas pesquisas já apontaram a ligação dos games com o aumento da agressividade, mas a queda de 50% no número de menores infratores nos Estados Unidos, período em que a venda de jogos mais do que dobrou, mostra o tamanho da dificuldade em se estabelecer a ligação entre o mundo virtual e o real.

Publicado em agosto de 2013, estudo da Universidade de Stetson, publicado no “Journal of Youth and Adolescence”, sugere que não existe tal relação. Segundo os pesquisadores, seria praticamente impossível, estatisticamente falando, que um delinquente juvenil ou assassino não tivesse jogado videogames violentos na sua vida, já que esse costume é comum entre os jovens de quase todo o mundo. A pesquisa ouviu 337 crianças americanos.

Outra linha de estudo aponta que não é a agressividade dos jogos, e sim a sua competitividade que pode aumentar a agressividade entre os jovens. Em teste com 102 universitários, cientistas da Universidade Brock, no Canadá, observaram que os games violentos com baixa carga de competitividade geravam, em curto prazo, pouca diferença comportamental.

FONTE – O Globo