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NOTÍCIAS - Implante consegue prever convulsões em epiléticos

– Dispositivo colocado entre o crânio e o cérebro emite sinais a um outro, sob o peito, que avisa com luzes coloridas sobre a possibilidade das contrações

– Epilepsia é a segunda doença neurológica mais comum depois do derrame, e afeta mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo

– Até 40% das pessoas são incapazes de controlar as convulsões com os medicamentos existentes

NOVA YORK – Um pequeno dispositivo colocado entre o crânio e a superfície do cérebro foi criado a partir de um estudo coordenado pelo professor de medicina Mark Cook, da Universidade de Melbourne e diretor de Neurologia do Hospital St Vincent, e é o primeiro que consegue prever convulsões em pacientes de epilepsia.

— Saber quando uma convulsão pode acontecer melhora muito a qualidade de vida e independência de quem sofre de epilepsia — diz Cook, cuja pesquisa foi publicada nesta quarta-feira na revista médica “Lancet Neurology”.

Os pesquisadores Terry O’Brien e Sam Berkovic, além de Cook, trabalharam em conjunto com a empresa NeuroVista para desenvolver o dispositivo do cérebro e um outro, colocado sob o peito, que transmite os sinais emitidos pelo cérebro. Este segundo avisa com luzes vermelha, branca e azul as probabilidades alta, moderada ou baixa de haver uma convulsão ao longo do dia.

O estudo de dois anos envolveu 15 pessoas com epilepsia com idades entre 20 e 62 anos, com experiências entre duas e 12 convulsões por mês, sem conseguir controlá-las com os tratamentos existentes.

No primeiro mês o sistema apenas gravou dados de eletroencefalograma (EEG), que permitiram a criação de algoritmos individuais de previsão de convulsão para cada paciente. O sistema então foi capaz de prever corretamente em 65% das vezes e trabalhou num nível melhor que 50% em 11 dos 15 pacientes. Oito dos 11 pacientes tiveram as convulsões previstas entre 56% e 100% do tempo.

Epilepsia é a segunda doença neurológica mais comum depois do derrame, e afeta mais de 60 milhões de pessoas em todo o mundo. Até 40% das pessoas são incapazes de controlar as convulsões com os medicamentos existentes.

— De 1% a 2% da população tem epilepsia crônica e até 10% das pessoas terão convulsões em algum momento da vida, então é muito comum. E é debilitante porque atinge pessoas jovens ao longo da vida — explica Cook.

 FONTE – O Globo