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NOTÍCIAS - 'Não há leitos suficientes para tantos dependentes', diz Alexandre Garcia.

O comentarista de política diz que a rua tem sido o estágio final dos que não têm para onde ir; nem casa, nem lugar no SUS para serem internados.

A nova lei antidrogas prevê que o dependente químico seja internado no máximo por 90 dias. Mas o projeto não trata do principal problema: a falta de leitos para tratamento especializado.

A nova lei antidrogas, aprovada na Câmara e agora discutida no Senado, prevê a internação involuntária, mas não há leitos suficientes para tantos dependentes. São milhões. A gente chama de dependentes, mas, na verdade, são escravos da droga, que acabam escravizando também suas famílias.

Não tem mais formatura, não tem aniversário, não tem Natal, nem Ano Novo, não tem alegria em casa, como diz o depoimento da integrante de uma família que já deve R$ 400 mil em internações sucessivas, por anos a fio.

O jovem amarrado na rua em Salvador é o retrato do desespero. É uma cena de drama profundo. E esses dramas são o cotidiano das cidades brasileiras, pequenas e grandes. Na capital, um palhaço, morador de rua, foi preso nesta terça-feira (27), suspeito de jogar gasolina e matar com fogo seu desafeto. A rua tem sido o estágio final dos que não têm para onde ir; nem casa, nem lugar no SUS para serem internados.

Uma luz pode vir do desespero: há poucos dias, na capital do país, um morador de rua, escravo do crack, encontrou em uma caixa um jovem universitário que estava desaparecido há duas semanas. A família quis recompensar o morador de rua, mas ele recusou dinheiro. Pediu que a recompensa fosse a internação para se libertar. Difícil sair; difícil também conseguir a união de todos para não haver a entrada.

FONTE – Jornal Bom dia Brasil