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Passeio terapêutico promove lazer e resgata boas recordações

A equipe do Núcleo da Terceira Idade da Holiste promoveu mais uma atividade externa para seus pacientes.

Este tipo de atividade torna-se um recurso terapêutico importante no processo da internação psiquiátrica, uma vez que essa condição impõe uma ruptura temporária nas interrelações do indivíduo, no seu contato com o mundo exterior e no seu papel social, fatores fundamentais para o desenvolvimento saudável de qualquer pessoa.

Para Michelle Campos, terapeuta ocupacional e coordenadora do Núcleo da Terceira Idade, “a realização de atividades externas propicia prazer e mostra-se também como uma estratégia favorável no processo da internação, já que neste período acontece um rompimento temporário dos laços sociais”. Ainda segundo ela, o objetivo destas atividades é de conscientização sobre a necessidade do lazer, criando possibilidades de satisfação, recreação, distração, descanso, reflexão sobre a realidade, desenvolvimento da criatividade e atenuação do estresse.

 

Passeio pela cidade

De acordo com Raissa Silveira, psicóloga do Núcleo da Terceira Idade, existe uma preocupação e um acompanhamento de toda a programação da atividade externa, inclusive da escolha do local. “Todo o planejamento foi idealizado e construído com os pacientes. Desde os locais, horários, roteiro até o cardápio desejado. Nos grupos terapêuticos dividiu-se as expectativas, ansiedade e recordações de momentos vividos nos lugares que iam sendo citados. Na véspera, pensava-se no traje que iria ser usado, nas recomendações necessárias e no autocuidado”. Para ela, essas observações feitas pelos pacientes, refletem um processo ativo de desejo e preocupação com o todo, o que é muito importante para o tratamento.

 O destino escolhido foi a Igreja do Senhor do Bonfim, com direito a almoço em um restaurante de comidas típicas e por fim, passagem na famosa sorveteria da Ribeira. “Lembranças, saudades e renovação foram alguns dos sentimentos compartilhados durante o passeio. Ali, a paciente que foi guia turística na juventude, contextualizava o Humaitá com histórias aprendidas e experienciadas, rindo e fazendo rir quem as ouvia”, relata Raissa.

 

Ganhos terapêuticos

Esta proposta terapêutica visa, sobretudo, promover a inserção social, respeitando as possibilidades individuais e os princípios de cidadania que promovem o protagonismo de cada indivíduo frente à sua vida.  Segundo a psicóloga, “é necessário investimento para que o idoso não assuma um papel totalmente passivo socialmente, estimulando-o e dando condições para que retome seu funcionamento habitual com o máximo possível de autonomia sobre a própria vida, sendo a atividade externa uma estratégia viável”.

O passeio foi desdobramento de uma outra atividade realizada pelos pacientes. Em setembro, eles apresentaram a 4ª feira de artesanato, na qual os artefatos expostos, foram produzidos por eles durante as atividades terapêuticas e o valor arrecadado com a comercialização dos produtos foi revertido para o passeio. “Essa concepção de produzir um artefato e saber que ele será desejado e comprado por alguém, e ainda revertido em um “bônus” para eles, tem um valor muito grande. Eles se sentem mais úteis e mais determinados para participar das oficinas”, comenta Michelle Campos.

Estender as possibilidades da internação proporciona aos pacientes o despertar do desejo, da integração, das novas experiências de vida, do otimismo, prazer, autovalorização, autoconfiança, conhecimento, desenvolvimento e autoestima. “Sem dúvidas, o lazer promove saúde física, psicológica e social, tornando-se ferramenta importante na qualidade de vida e incentivando o indivíduo no seu papel e função ativa na sociedade”, conclui Raissa.

 

Confira as fotos do passeio:

 

SAÚDE MENTAL NA TERCEIRA IDADE

A “Saúde Mental na Terceira Idade” é o tema oitavo vídeo da série Desmistificando a Saúde Mental. Nossa equipe fala sobre as especificidades dos transtornos mentais em idosos, cuidados, tratamentos e possibilidades de uma vida mais plena.  Participam do vídeo os psiquiatras André Gordilho e Victor Pablo, a psicóloga Raissa Silveira e a terapeuta ocupacional e coordenadora do Núcleo da Terceira Idade, Michelle Campos.

ASSISTA AO VÍDEO: “SAÚDE MENTAL NA TERCEIRA IDADE”